quinta-feira, 29 de setembro de 2011

LANÇAMENTO DA ESCRAVA ISAURA EM CORDEL ESTÁ CHEGANDO


Dia 1º de outubro, a partir das 16 horas, na Livraria NoveSete da Vila Mariana (rua França Pinto, 97), será lançado o livro A escrava Isaura, de Varneci Nascimento com ilustrações de Valdério Costa. A obra integra a coleção Clássicos em Cordel, da Editora Nova Alexandria, premiada com mais uma excelente adaptação de um clássico da literatura brasileira.
Escrito em 1875, pelo mineiro Bernardo Guimarães, o romance A escrava Isaura se tornou um sucesso de público e os seus personagens principais, Isaura, Álvaro e o vilão Leôncio, se imortalizaram na memória popular.
 No dia do lançamento, além do bate-papo com o autor, Varneci Nascimento, haverá contação de “causos” com Eufra Modesto e performance musical de Jocélio Amaro.

Varneci Nascimento nasceu na cidade de Banzaê, Bahia. Graduado em História pela Universidade Estadual da Paraíba, é autor de cerca de 200 folhetos de cordel. Profere palestras e ministra oficinas sobre literatura de cordel. Atualmente, reside em São Paulo e participa do movimento cultural Caravana do Cordel.

Local: Rua França Pinto, 97, Vila Mariana, São Paulo-SP.
Data: Sábado (1º de outubro), a partir das 16h.
Tel/fax: 5573-7889 / 3567-4344.
Email: info@livrarianovesete.com.br

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

XI ENCONTRO DE ESCRITORES CORDELISTAS


Em mais um encontro com o público, Pedro Monteiro, autor de Chicó, o Menino das Cem Mentiras e de João Grilo, um Presepeiro no Palácio, retorna ao auditório Kiyomi Oba na Biblioteca Belmonte para falar do seu novo lançamento: O triunfo do poeta no Reino do Cafundó.

Revisitando uma fórmula, utilizada por Leandro Gomes de Barros, na História da donzela Teodora, Pedro Monteiro traz uma história fantástica, com Monarca, princesa e príncipe, numa aventura recheada de desafios de perguntas e respostas, que prendem a atenção do leitor do início ao fim da história, Conforme cita o poeta Marco Haurélio:
"Não é novo na literatura de cordel o motivo das perguntas e respostas. Figura no grande clássico História da Donzela Teodora, de Leandro Gomes de Barros, e nas Proezas de João Grilo, de João Ferreira de Lima. Câmara Cascudo recolheu o conto As Perguntas de D. Lobo, reproduzido no Contos Tradicionais do Brasil, em que o personagem-título é derrotado por um moço que lhe faz a seguinte pergunta: “Quem é que nasceu de uma Virgem, batizou-se num rio e morreu numa cruz?”. D. Lobo, que era o Diabo sob disfarce, sem poder pronunciar o sagrado nome de Jesus, acaba derrotado. O rei Nagib da fabulação de Pedro, encarnando o mal absoluto, é uma caricatura do Diabo dos contos de adivinhação."

Dia 29/09, quinta- feira, às 19h
Rua Paulo Eiró, 525 - Santo Amaro - 04752-010
Tel: (11) 5687 0408 e (11) 5691 0433

sábado, 24 de setembro de 2011

CTN DIVULGA RESULTADO DO CONCURSO "FESTIVAL DE CORDEL"



A Comissão Julgadora do1º. Concurso CTN de Literatura de Cordel promovido pelo CTN divulga a relação dos vencedores:
1º Lugar para o cordel intitulado "A saga do nordestino em São Paulo" de autoria de Varneci Nascimento;
2º Lugar para o cordel intitulado "Primeira Vez" de autoria de Francisco Pereira Gomes;
3º Lugar para o cordel intitulado "Um Zé Nordestino na cidade de São Paulo" de autoria de Marcos Antônio de Andrade Medeiros.
Além destes vencedores, a Comissão Julgadora também selecionou outros dezessete cordéis, conforme Regulamento:
"Martírio dos Nordestinos na Capital Bandeirante" de autoria de Marciano Batista de Medeiros;
"A presença nordestina no Estado de São Paulo" de autoria de Júnior Vieira;
"A Marca Nordestina em São Paulo" de autoria de Luiz Moraes Santos;
"Nasce o homem iludido, nas barrancas do sertão" de autoria de Miguel Francisco Jacó de Souza;
"Na Base da Saia Curta" de autoria de Sidnei Pereira Benevides;
"Nordestino Aventureiro" de autoria de Ruth Hellmann Claudino;
"A capital nordestina!" de autoria de Odila Schwingel Lange;
"A odisseia nordestina na terra dos bandeirantes" de autoria de Hélio Alexandre Silveira e Souza;
"São Paulo: a capital nordestina" de autoria de Alice Fernandes de Morais;
"Da seca do nordeste à capital paulistana" de autoria de Edilson de Oliveira;
"Paulistano Nordestino" de autoria de Damião Batista de Moura Sena;
"O legado nordestino na terra Piratininga" de autoria de Marcos Antônio de Andrade Medeiros;
"Torcicolo cultural" de autoria de Bárbara Esmenia;
"A Presença Nordestina na Cidade de São Paulo" de autoria de Maurício Fonseca dos Santos;
"A Presença Nordestina na Cidade de São Paulo II" de autoria de José Carlos Paulo da Silva;
"A presença nordestina na capital paulistana" de autoria de Isaura Melo;
"A presença nordestina na cidade de São Paulo I" de autoria de José Carlos Paulo da Silva.

Os cordéis acima relacionados formarão um box contendo as 20 melhores obras selecionadas neste concurso e serão publicadas e distribuídas gratuitamente a entidades culturais, bibliotecas e também na rede pública de ensino do Estado de São Paulo.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

O MUNDO DO CORDEL PARA TODO MUNDO NA UNIP


O poeta João Gomes de Sá, a convite da professora Lígia foi convidado para proferir uma palestra a respeito do cordel na UNIP, na semana em que vários cursos se juntam para estudar diversos temas propostos.
Fui convidado pelo João Gomes que compôs a mesa juntamente com o professor Francisco Platão Saviole que ficou encantado com o cordel. Os alunos também saíram demonstrando fascínio. Isso é muito bom quando o cordel consegue atingir um público que busca conhecer mais e melhor a cultura brasileira.

Na foto vários professores da UNIP.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

BRANCA DE NEVE NO PNBE 2011


No último dia 15/09 saiu o resultado do PNBE - Programa Nacional da Biblioteca Escolar e o Livro Branca de Neve foi selecionado. A obra lançada em 2010 pela Editora Panda Books tem as ilustrações de Andrea Ebert. Mais informações sobre o livro: www.pandabooks.com.br

domingo, 18 de setembro de 2011

CORDEL NA ETEC SANTO AMARO


A convite da professora Egle, Nando Poeta e eu estivemos na ETEC Santo Amaro no último dia 13/09. Foi um momento muito interessante de discussão e aprendizado. A turma de cerca de 200 alunos entre 15 e 18 ano, na média, se mostrou super interessada com o cordel. Participou ativamente durante toda palestra fazendo várias intervenções. Cada vez mais fico convencido que o cordel fascina quem o conhece e encanta os desconhecidos.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

A HISTÓRIA DE TEREZA


Este é mais um título dos novos cordéis lançados pela Luzeiro, e seu autor vem lá das bandas do Norte e que atualmente reside em Goiânia. Assim não podemos dizer que o cordel atualmente é uma cultura apenas do Nordeste, mas sim de todo Brasil. Nessa história o autor discorre a respeito de Tereza, uma jovem temente a Deus e que encontra um rapaz por quem se encanta, pensando ser o amor de sua vida. Tereza se lança nessa aventura, e como toda aventura, esta também continha os riscos inerentes. A desobediência pode trazer riscos terríveis para qualquer pessoa.
VEJA AS PRIMEIRAS ESTROFES:

Prezado amigo leitor,
Vou lhe falar com franqueza,
Sobre um fato comovente,
Que causa dor e tristeza.
Narrarei a triste sorte,
Da bela moça Tereza.

Há muitos anos passados,
Numa pequena cidade,
Nasceu a dita menina,
Num berço de humildade.
Trazendo a toda família
Completa felicidade.

Seus pais eram da igreja,
Criam na Bíblia Sagrada,
A família era bem simples
Porém, distinta e honrada.
Foi neste santo ambiente
Que Tereza foi criada.

Quer saber o que aconteceu com Tereza? Só comprando o cordel.
Capa: André Mantoano

RESUMO BIOGRÁFICO DO AUTOR

Vanderley Brito de Carvalho nasceu em 29 de janeiro de 1978 na cidade de Augustinópolis no estado do Tocantins. É filho de Vanderli Brito de Carvalho e Luzimar Brito de Carvalho. Aprendeu gostar de cordel por incentivo de seu pai, tendo escrito cerca de 11 obras. É cantor, compositor, músico e professor de teologia. Além do cordel, escreve também outros estilos poéticos tais como: Sonetos. Escreveu vários livros de temática teológica. Como cantor, já participou de programas de televisão em nível nacional, e gravou dois trabalhos em Cd. Vive em Goiânia e trabalha no Centro de Estudos Teológicos Brasileiro.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

VELÓRIO NO CABARÉ


Em todas as cidades do interior sempre houve a instituição chamada cabaré, em algumas ficava separado do restante da cidade, conhecido como zona do baixo meretrício, como se as profissionais do sexo fossem pessoas indignas de conviver com a sociedade. Desse modo, fica claro que a hipocrisia sempre foi um mal antigo, pois os que pousavam de fieis e condenavam essas pessoas, sempre foram assíduos frequentadores desse ambiente. Enfocando essa questão o poeta estreante Antônio Leite narra o desejo de um “raparigueiro” de ter seu velório feito em um cabaré.
VEJA AS PRIMEIRAS ESTROFES:

Tudo no mundo se acaba
Isso qualquer um da fé,
Desde o maior ao menor,
Do mais chique ao mais ralé.
Mas quero ver acabar
A cachaça e o cabaré.

Onde tem mulher e cana
Amarro bem meu cavalo,
E só saio de madrugada
Depois do cantar do galo.
Se a mulher quiser saber
Onde andei morro e não falo.

Dizem: cachaça e mulher
É a grande perdição.
Só se for para os demais,
Pois pra mim é solução
Na cachaça afogo as mágoas,
E na mulher, a paixão.

Para conhecer o resto da história, só comprando o cordel.
Capa: Anderson Siqueira

RESUMO BIOGRÁFICO DO AUTOR

Antônio Leite de Lima (em arte Antônio Leite) nasceu na cidade de Bonito de Santa Fé, estado da Paraíba. É filho de Genival Leite de Lima e Geni Leandro de Lima. Além de compositor é também poeta cordelista, sendo este seu primeiro trabalho editado pela Luzeiro. Tem músicas gravadas por vários interpretes como Frank Aguiar entre outros. É um dos autores da música O LIVRO gravada pela banda Limão Com Mel.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

MÃE VOLTOU DEPOIS DE MORTA...


 É o título do primeiro cordel de Rafael Neto lançando pela Luzeiro. Sergipano que morou em Paulo Afonso e reside atualmente em Alagoas é um poeta apaixonado pelo cordel, do qual faz a sua profissão. Iniciou cantando repente, mas naturalmente está se inclinando para o mundo cordeliano, pois desde criança se encantou com as maravilhosas histórias de cordel e também passava horas escutando sua vó lhes contar as mais mirabolantes e fascinantes aventuras. Uma delas ele transformou nesse cordel e que a Luzeiro publica, desfazendo a inverdade, que foi pregada por muitos, que o cordel não estava atingindo as novas gerações... Rafael é um jovem que completará vinte anos na próxima semana. Certamente o exemplo desse cordel vai prender a sua atenção.
Veja as primeiras estrofes:

Eu transformei em cordel
Essa história de trancoso,
De um homem muito pobre,
E o seu irmão orgulhoso,
Que além da jactância
Era rico e poderoso.

Quando escuto uma história
Não esqueço nunca mais,
Eu não conheço o lugar
Onde moravam os rivais,
Não sei se foi na cidade
Na vila ou nos arraiais.

Um dia vó me chamou,
Daí corri pra cozinha,
E enquanto ela cozinhava
Um cozido de galinha,
Eu estava no seu pé
Ouvindo essa historinha.

Ela disse que seu pai,
Contava isso pra ela.
Em frente duma fogueira
Reunia a parentela,
Para ouvir as aventuras
De romance e de donzela.

Quer conhecer o resto da história só comprando...
Capa: Anderson Siqueira

RESUMO BIOGRÁFICO DO AUTOR
Hélison Rafael da Silva Nascimento (em arte Rafael Neto) nasceu no dia 21 de setembro de 1991 em Aracaju – SE. Filho de Raimundo Antônio do Nascimento e Eudes Carvalho da Silva Nascimento. Desde cedo mostrou interesse pelas letras, incentivado pelo avô Antônio Romão, conhecido como O Poeta de Cristo. Aos oitos anos participou de um concurso de redação sobre os 500 anos do Brasil ficando em 2º lugar e foi 6º colocado entre os dez melhores poetas do concurso de poesia do colégio Tobias Barreto em Aracaju. Tem um livro lançado intitulado: Não sou poeta matuto, Sou cientista das rimas. Escreveu cerca de 40 cordéis, e além de poeta repentista, faz palestras e oficinas sobre o cordel. Atualmente mora em Piranhas-AL., onde vende cordel no Centro de Artesanato e vive exclusivamente da arte do cordel e do repente.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

GANDHI UM HOMEM CHAMADO MAHATMA agora em cordel


Uma das pessoas mais brilhantes do século XX, no meu entender e de milhares de pessoas foi o indiano Mahatma Gandhi. Um homem que impressionou o mundo com o exemplo de vida que deu através da não violência, lutando pela libertação da Índia que fora espoliada por dezenas de anos pelos ingleses.
O cordel sempre contou a história de grandes vultos e é isto que o estreante no mundo cordeliano, Paulo Henrique faz, ao escrever GANDHI UM HOMEM CHAMADO MAHATMA. Esse é mais um título da coleção Luzeiro.
A obra está impressa em um folheto de 16 páginas onde o autor sintetizou os momentos principais da vida dessa grande alma como bem quer dizer seu nome Mahatma Gandhi. É um cordel que certamente vale a pena leitor conhecer. Nunca tinha visto nenhum cordel falando um pouco desse grande pacifista.
VEJA AS PRIMEIRAS ESTROFES:

Deus eu peço que me seja,
Hoje meu acompanhante.
Pra descrever uma história
Muito mais que fascinante
Sobre o maior indiano,
Um exemplo apaixonante.

Conceda-me, por favor,
Rima, métrica e sapiência
Para que nesse cordel
Esteja tudo em vigência
E depois unam-se as três
A força da inteligência.

É sobre Mahatma Gandhi,
O que eu vou escrever.
Um homem inteligente,
Que fazia acontecer,
A Índia não foi à mesma
Depois dele aparecer.

Capa: André Mantoano

RESUMO BIOGRÁFICO DO AUTOR
Paulo Henrique Ferreira da Silva, nasceu na cidade de Santa Rita-PB em 09 de fevereiro de 1980. É filho de José Gomes da Silva (in memoriam) e Elita Matias Ferreira. Graduado em história pela UEPB (Universidade Estadual da Paraíba) esse é seu primeiro folheto a ser publicado. Escreveu também “Os Reis do Nordeste” cordel que fala da vida e obra de Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro, os dois maiores expoentes da música nordestina.

domingo, 11 de setembro de 2011

CORDEL DE GRACEJO E O GRACEJO NO CORDEL


Não é fácil fazer as pessoas rirem, é mais leve fazer chorar, e mais pesado levar as pessoas as gargalhadas. Para um público sedento de boas risadas vários escritores de cordel se embrenharam por este caminho e muitos conseguiram, alguns com menos, outros com mais sucesso. Personagens foram imortalizados tais como Pedro Malazartes, Cancão de Fogo, Chicó, João Grilo, Bocage entre outros.
Todavia percebo que os cordéis voltados para o mundo do riso são sempre ligados a estes personagens, ninguém ousou muito depois deles, ou quando se aventuraram, estacionaram em outros personagens tais como o seu Lunga para citar um mais presente e conhecido.
Quando comecei a fazer cordel, há cerca de dez anos, tentei enveredar por este caminho, escrevendo UM CORNO PARA CADA DIA DO MÊS. Ainda na faculdade, vi que o folheto teve uma boa repercussão na cidade de Guarabira. Em seguida lancei MULHER ENCALHADA, aconselhado por uma prima após uma viagem a São Paulo.
Este cordel também foi muito apreciado, as pessoas necessitam extravasar seu mau humor, as intempéries da vida. Ainda na Paraíba me lembrei do tempo de professor na zona rural de Paulo Afonso onde os alunos, me contavam as peripécias amorosas dos colegas com os animais na prática da zoofilia e fazendo um mine curso na universidade, me aclarou a ideia para escrever INICIAÇÃO SEXUAL NA ZONA RURAL. O sucesso do folheto foi imediato.
Chegando a Pauliceia, participei de um grande evento na PUC (Pontifícia Universidade Católica) onde o cordel seria a bola da vez no lançamento da revista Cultura Crítica em 2008. Não tinha nenhum poema para ler, e de repente vi na TV Canção Nova os DEZ MANDAMENTOS DO PREGUIÇOSO. Não tive dúvida transformei aquelas dez frases em 10 estrofes, ou seja, em um poema na linguagem do cordel. Na minha vez de falar, subi no palco do teatro Tuca e declamei aquelas estrofes. Foi um sucesso espantoso. Saindo do evento fui aconselhado por Costa Senna, Pedro Monteiro, Marco Haurélio e João Gomes a lançá-lo com outra história para completar as 16 páginas. Resultado. Quase dez mil exemplares vendidos.
Daí por diante não parei de escrever nessa linha do gracejo, sem abandonar os motivos ou temas clássicos desse gênero literário. Pois o poeta precisa da versatilidade, não para mostrar a ninguém que é bom, mas para inovar e encantar seus leitores. Por isso apresento mais um título em nova edição revista e ampliada agora pela Editora Luzeiro: PERGUNTA IDIOTA TOLERÂNCIA ZERO. Adquira já o seu!

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

CLÁSSICO DO ROMANTISMO EM CORDEL


A adaptação do romance A Escrava Isaura, de Bernardo Guimarães, para o cordel, empreendida pelo jovem e talentoso poeta baiano Varneci Nascimento, tem tudo para ser um grande sucesso. O poeta chama a nossa atenção, já no início do romance, para a injustiça cometida contra a desventurada escrava: 

Isaura foi uma jovem
Muito rica de beleza,
Seu jeito meigo de ser
Revelava uma pureza,
Capaz de causar delírios
Da plebe a classe burguesa.

De quem se tornou a vítima
Da insana crueldade,
Sofrendo perseguições
E nefasta atrocidade,
Por recusar-se a fazer
Do senhor, sua vontade.

Em Campos dos Goytacazes,
No estado fluminense,
Nasceu a linda criança
Causadora de suspense
Nos donos que a tratavam
Apenas como um pertence.

Uma adaptação respeitosa de um texto conhecido, do qual o recriador retirou o essencial. Varneci, que também adaptou para o cordel o grande clássico de Machado de Assis, Memórias póstumas de Brás Cubas, contribui com mais uma obra memorável para a Coleção Clássicos em Cordel, da editora Nova Alexandria.

_____________

O livro A Escrava Isaura - em cordel será lançado dia 1º de outubro, às 16h, na Livraria NoveSete da Vila Mariana.
Endereço: rua França Pinto, 97.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

IMPRESSÕES III SOBRE O I FÓRUM DE SÃO PAULO


Se alguém perguntar a um poeta quem é o pai do cordel, a resposta é taxativa: Leandro Gomes de Barros. Se a conversa parar por aí você fica convencido, mas se insistir onde nasceu essa literatura, o poeta se trai dizendo que foi em Portugal por volta do século XVII. Mas como pode ter sido lá se Leandro não é desse tempo e nunca esteve em Portugal. Essas questões sempre me intrigaram, afinal Leandro é um paraibano e não um europeu, daí como foi conceber o cordel além mar?
Quando doutor Aderaldo Luciano, defendeu em sua tese que só herdamos dos portugueses a palavra cordel, e começou a expor seu pensamento, alguns poetas discordaram dele, que continuou expondo sua tese baseado em pesquisas. No fórum voltou a tocar nesse assunto, afirmando que o cordel produzindo em qualquer outra parte do mundo é cordel apenas no formato do folheto, mas não na forma de escrever. A professora doutora Jerusa o interrompeu e disse que era exatamente isso, citado como exemplo os cordéis que ela viu na Índia.
Ou seja, nós herdamos esse nome por causa do suporte, mas não pela poesia. No fórum confirmou-se aquilo que tantas vezes vi o poeta João Gomes de Sá afirmar nas palestras que fizemos, que em Portugal é chamado cordel tudo que se pendura em um barbante, ou seja uma receita de bolo, piada, conto, jograis etc.
Houve uma simbiose na fala da professora Jerusa com a do Aderaldo. Não sei porque tantos poetas e pesquisadores insistem que é o nosso cordel é o mesmo daquele produzido na Europa. Alguns vão mais longe dizendo que o cordel estava presente na idade média? Quem faz tal afirmação, deveria ter a coerência intelectual de assumir que dessa forma, Leandro não é o pioneiro do cordel. Todavia alguns fazem certas afirmações para agradar e não discordar do que muitas vezes, está posto, erroneamente, e assim se confirma um adágio que “uma mentira repetida várias vezes se torna uma verdade”. Foi o que fizeram com o cordel dizendo que veio de Portugal.
Por isso temos de tirar o chapéu e agradecer a esses dois estudiosos doutora Jerusa e doutor Aderaldo pela coragem que tiveram de expor aquilo que pesquisaram indo de encontro as verdades estabelecidas equivocadamente.

domingo, 4 de setembro de 2011

O TRIUNFO DO POETA PEDRO MONTEIRO


Pedro Monteiro é um danado. Depois de visitar o universo dos heróis picarescos com Chicó, o Menino das Cem Mentiras e João Grilo, um Presepeiro no Palácio, Pedro se volta, agora, para cenários e personagens que fazem lembrar as Mil e Uma Noites. Mas não nos enganemos: O Triunfo do Poeta no Reino do Cafundó – lançado recentemente pela Luzeiro – integra o mesmo rol dos anteriores, embora, aqui, o burlesco não se revele de imediato e, mesmo no final, só seja percebido por olhares mais perspicazes. As estrofes do introito demonstram que a literatura é a soma do talento individual à capacidade de garimpar no inconsciente coletivo: 

Certa vez imaginando 
A nossa ancestralidade, 
Joguei luz no pensamento, 
E busquei na oralidade 
Histórias que se perderam 
No vão da modernidade. 

Peguei caneta e papel, 
Remexi nos meus lembrados, 
Invoquei sabedoria 
Dos nossos antepassados, 
Lembrei-me da minha avó 
Fazendo seus proseados. 

Ela falava que um reino 
Chamado de Cafundó 
Tinha um monarca viúvo 
De nome Halabadjó, 
Que dizia descender 
Do patriarca Jacó. 

Este Rei tinha uma filha 
Pronta para se casar. 
Por ela ser unigênita, 
Era preciso arranjar 
Um pretendente que fosse 
Apto para governar. 

Maristela era o seu nome 
Uma formosa donzela, 
O Rei invocou a Vênus 
Para ser tutora dela. 
Nos encantos, esta deusa 
Foi generosa com ela. 

Sua feição parecia 
O brilho celestial, 
Um primor de formosura, 
Uma arte escultural, 
Como o fulgor da aurora 
No rebento matinal. 

Foi assim que certo dia 
Halabadjó publicou 
Um edital informando 
Que sua corte aprovou 
E aquela sucessão 
Ele assim normatizou. 

A regra daquele edito 
Foi por um sábio proposta: 
Seria feito a disputa 
Entre pergunta e resposta, 
Somente o sábio dos sábios 
Venceria aquela aposta. 

(...) 

Aparecerá, depois, outro rei cruel, de nome Nagib, que mudará as regras do jogo e instituirá a pena de morte para quem não responder às suas ardilosas perguntas: 

Este Rei era Nagib, 
Homem de muita ruindade. 
Para com o Halabadjó 
Agia sem lealdade 
Pra transformar Cafundó 
Num império de maldade. 

Um poeta, de nome Valdemar, tentará interromper a cadeia de maldades impostas pelo tirano. Sua chegada ao reino e o encontro com a princesa Maristela é um interlúdio romântico, necessário à identificação do protagonista: 

Ela, quando viu o moço, 
Ficou impressionada, 
Sua beleza era tanta 
Podendo ser comparada 
Ao brilho do deus Apolo 
Sobre uma flor encantada. 

Não é novo na literatura de cordel o motivo das perguntas e respostas. Figura no grande clássico História da Donzela Teodora, de Leandro Gomes de Barros, e nas Proezas de João Grilo, de João Ferreira de Lima. Câmara Cascudo recolheu o conto As Perguntas de D. Lobo, reproduzido no Contos Tradicionais do Brasil, em que o personagem-título é derrotado por um moço que lhe faz a seguinte pergunta: “Quem é que nasceu de uma Virgem, batizou-se num rio e morreu numa cruz?”. D. Lobo, que era o Diabo sob disfarce, sem poder pronunciar o sagrado nome de Jesus, acaba derrotado. O rei Nagib da fabulação de Pedro, encarnando o mal absoluto, é uma caricatura do Diabo dos contos de adivinhação. 

Saudamos, assim, mais um triunfo do poeta Pedro Monteiro que a cada novo título enriquece mais o cordel, gênero que ele adotou como profissão de fé e ao qual tem prestado valorosos serviços. 

Esta e outras obras podem ser pedidas à 
Editora Luzeiro 
R. Dr. Nogueira Martins, 538 
CEP.: 04143-020 Saúde 
São Paulo – SP 
Telefone: (011) 5585-1800 
E-mail:
vendas@editoraluzeiro.com.br 

sábado, 3 de setembro de 2011

LANÇAMENTO DA ESCRAVA ISAURA JÁ ESTÁ MARCADO


Mais um livro da coleção clássicos em cordel será lançado no dia 01/10 na cidade de São Paulo. Veja o convite e aguardem mais detalhes além de agendar e me dar a honra de sua presença.