Este ano completo 14 anos de viagem
pelo mundo literário e tudo começou na cidade de Paulo Afonso, Bahia, narrando
a história do terceiro bispo dessa diocese. Dom Mário Zanetta era um pastor de
fato, italiano, chegou ainda jovem ao Brasil e se dedicou inteiramente a
melhoria do povo sofrido do sertão baiano e ao anúncio da mensagem de Jesus
Cristo.
Em 1988 foi nomeado bispo e este homem
de maneira incansável serviu aos mais pobres de nossa região. Em 1998 foi
acometido por um AVC, e acompanhei de perto seu sofrimento e sofri juntos com os
diocesanos. Esperávamos que ele saísse vivo daquele acidente vascular cerebral,
mas infelizmente foi impossível e em 13 de novembro partiu ao encontro do Pai.
Na mesma noite de sua morte, comecei a
escrever os primeiros versos e por volta de dois meses depois a obra estava
acabada, contudo só viria a publicá-la no ano de 2001. O cordel ficou
engavetado por quase quatro anos, porém quando a lancei ainda fui criticado,
disseram que eu estava me aproveitando do nome de dom Mário. Essas críticas não
foram suficientes para me fazer parar e hoje, catorze anos depois, são 75 obras
publicadas e quase 200 mil exemplares vendidos por todo o país.
A capa que ilustra essas linhas foi da
primeira e da segunda edição que saiu em pouco tempo. O nome de dom Mário de
fato era uma referência na região, entretanto, boa parte desse livro também foi
vendida em São Paulo onde ministrei a primeira palestra sobre cordel brasileiro,
achando que sabia de tudo, no entanto, atualmente vejo o quanto não sabia de
nada, porque escrever, seja em qual gênero for, será um difícil e eterno
aprendizado.
Abaixo estão as primeiras estrofes
desta história que me abriu as portas para o mundo da literatura brasileira. A
capa na cor verde foi preparada para a terceira edição, publicada pela diocese
de Paulo Afonso quando completou dez anos de sua morte.
O poeta só escreve,
Quando está de veneta.
Como nesses dias estava,
Daí peguei a caneta
Para contar a história
Do bispo Mário Zanetta.
Vinte e nove de Janeiro
Lá na Itália nasceu;
No ano de trinta e oito
Essa luz resplandeceu
Predestinado a vir
Servir Jesus, em quem creu.
Luigi e Rosa Zanetta,
Os pais daquela criança,
Quando olhavam pra ela
Enchiam-se de esperança,
Pois como todo menino
Transmitia confiança.
Cresceu em meio aos colegas
Fazendo estripulia;
De tio, avô e avó!
Era a grande alegria,
Sentimento este que,
Desde cedo transmitia.
Um desejo bem profundo,
Cresceu no seu coração:
De servir a Jesus Cristo
Sentiu ser sua missão
Por meio do sacerdócio
E amando a cada irmão.
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