O vídeo postado pelo meu primo
Gilmario Menezes me
motivou a escrever estas linhas para relembrar um pouco do serviço que mais
gostava, quando morava na roça há mais de vinte anos, que era carrear, ou seja,
conduzir uma junta de boi. Para quem não sabe esse já foi o maior meio de
transporte do Brasil, existiu até o ciclo do carro de boi e em nossa região
houve um tempo, que se media a condição de uma família pela junta de boi que
possuía. Lá usávamos seis bois, devidamente ensinados a obedecer aos comandos
do carreiro, este andava em cima do carro em um lugar específico, chamado de
tamborete, ou seja, a parte onde começava o cabeçalho e ficavam os dois bois do
coice, a dupla atrelada ao carro. No meu tempo de infância já havia diminuído o
número de carros de bois na região, mas meu pai só acabou com a junta de boi,
depois que fui embora para estudar. As vezes por capricho a gente formava uma
junta de boi toda numa cor só, todavia essa era uma tarefa difícil de se fazer,
afinal encontrar parceiros na mesma cor e bons de serviço era complicado.
Semana passada em Aparecida do Norte, encontrei na sala das promessas um carro
de boi, aliás, muito diferente do nosso, mas me identifiquei imediatamente e
pedi ao Misael Chaves
que registrasse aquele momento emocionante, porque trabalhar não é lá essas
coisas toda não, mas do serviço do carro de boi sou obrigado a confessar que
tenho saudade e sei que isso nunca mais voltará, é uma pena. Hoje quando volto
a Bahia e vejo apenas os “restos mortais” do nosso carro de boi as lágrimas
ensaiam a banhar o rosto, mas fazer o quê, tudo passa, só Deus é eterno.
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