Ontem a noite assisti ao espetáculo O CASO SEVERINA no
@teatropauloeirosp um texto pujante e digno de prêmio pelo conjunto da obra,
porque revela as misérias (des)humanas. A peça da @fraternalcompanhiadeartes é um
show de encenação, por isso muitos expectadores vão as lágrimas como fui, e escutei
o som do choro de alguns e outros limpando discretamente o rosto. Um caso real
acontecido em Pernambuco nos provoca reflexões sobre que sociedade é essa que construímos,
baseado no patriarcado, que pariu o machismo e a misoginia?
Severina, como milhares de mulheres, vítimas da
insanidade masculina, foi ignorada em seu clamor por muita gente, desde a mãe
ao delegado da cidade, ambos sabendo do seu caso não lhe protegeram, ao contrário,
lhe jogaram ainda mais nos braços do seu algoz. O clamor de Severina segue ecoando
em milhões de mulheres, silenciadas por tantas violências que vão desde a física
à patrimonial. O grito de Severina deve nos alertar para quando ouvirmos uma
mulher reclamar, não tenhamos ouvidos de mercador.
O CASO SEVERINA clama pela conscientização de mentes e corações
para acolher tantas Severinas, que nós homens, tomemos consciência que não somos
donos dos corpos das mulheres, aprendermos que um NÃO deve ser respeitado, que
o corpo é um lugar sagrado e não pode ser profanado, por não ser obrigado a
aceitar aquilo que repele com todas as forças. Que esta peça percorra muitos
lugares, levando reflexão e formando consciência. Conheça os próximos locais
onde será apresentada neste perfil @fraternalcompanhiadeartes
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