Alécio Cunha
REPÓRTER
Autor cuja obra foi exaustivamente revisitada e comemorada no ano passado, quando se completou o centenário de sua morte, Machado de Assis (1839-1908) ganha, agora, inspirada abordagem a partir da literatura de cordel. Um dos mais conhecidos contos do Bruxo do Cosme Velho, “O Alienista”, escrito em 1882 e levado às às telas pelo cineasta Nelson Pereira dos Santos em 1973 no filme “Azyllo Muito Louco”, foi adaptado pelo cordelista Rouxinol do Rinaré, com ilustrações do gravador Erivaldo. O volume está sendo publicado pela editora Nova Alexandria, de São Paulo (SP).
A história do médico Simão Bacamarte, que, de repente, interna todos os habitantes de uma cidadezinha do interior fluminense em um hospício, é recheada de humor nonsense, sem deixar de lado a contundente crítica social. Não à toa, esse conto machadiano, já traduzido ao inglês, francês, italiano, alemão e espanhol, é o favorito de nomes como o cineasta Woody Allen (que já demonstrou interesse, em proseio com o jornalista francês Eric Laix, em levar ao cinema) e a falecida ensaísta e ficcionista Susan Sontag, autora de “Contra a Interpretação” e “A Vontade Radical”.
O senso crítico-reflexivo é mantido na adaptação feita pelo cordelista Rouxinol do Rinaré. Na introdução do volume, o pesquisador potiguar Marco Haurélio lembra que a loucura sempre foi um tema explorado pela literatura ao longo dos tempos, lembrando o caso clássico de “Dom Quixote”, de Miguel de Cervantes, obra-prima do século XVII.
Haurélio lembra que a palavra ‘alienista’, usada para os médicos que, no passado, identificavam e tentavam curar as doenças mentais, está fora de uso nos dias de hoje. O prefaciador apela para a contemporaneidade ao explicar as razões de o conto “O Alienista” não ter envelhecido com o passar dos anos ao contrário do vocábulo que o originou. “Aqueles que Simão Bacamarte imaginou loucos, seriam assim considerados nos dias de hoje? Sim, ainda vemos cenas próximas da época em que viveu Machado. Por exemplo, naquele tempo, era comum ma alta sociedade, se imitar a moda trazida da Europa, assim como hoje”, brinca.
Na sua versão de “O Alienista”, o cordelista Rouxinol do Rinaré, aproveita, em seus versos, todos os episódios marcantes da obra original de Machado de Assis. Vejam só os versos que apresentam o protagonista do conto. “Era Simão Bacamarte/Um grande especialista/Que estudara em Coimbra,/ Um excêntrico cientista/Famoso por seus estudos/Como médico alienista”.
Rouxinol do Rinaré tem seu trabalho altamente elogiado pelo especialista Marco Haurélio.
“Ao final, Rouxinol passa, aos que o leem, a sensação do dever cumprido, por ter sido fiel ao texto original, mas, ao mesmo tempo, por tê-lo trazido às novas gerações, mantendo suas principais características: o bom humor e a ironia”, observa. As ilustrações também se destacam.
PS Marco Haurélio é baiano e não potiguar.
Acesse também:
http://www.hojeemdia.com.br/v2/index.php?sessao=1&ver=1¬icia=6119
REPÓRTER
Autor cuja obra foi exaustivamente revisitada e comemorada no ano passado, quando se completou o centenário de sua morte, Machado de Assis (1839-1908) ganha, agora, inspirada abordagem a partir da literatura de cordel. Um dos mais conhecidos contos do Bruxo do Cosme Velho, “O Alienista”, escrito em 1882 e levado às às telas pelo cineasta Nelson Pereira dos Santos em 1973 no filme “Azyllo Muito Louco”, foi adaptado pelo cordelista Rouxinol do Rinaré, com ilustrações do gravador Erivaldo. O volume está sendo publicado pela editora Nova Alexandria, de São Paulo (SP).
A história do médico Simão Bacamarte, que, de repente, interna todos os habitantes de uma cidadezinha do interior fluminense em um hospício, é recheada de humor nonsense, sem deixar de lado a contundente crítica social. Não à toa, esse conto machadiano, já traduzido ao inglês, francês, italiano, alemão e espanhol, é o favorito de nomes como o cineasta Woody Allen (que já demonstrou interesse, em proseio com o jornalista francês Eric Laix, em levar ao cinema) e a falecida ensaísta e ficcionista Susan Sontag, autora de “Contra a Interpretação” e “A Vontade Radical”.
O senso crítico-reflexivo é mantido na adaptação feita pelo cordelista Rouxinol do Rinaré. Na introdução do volume, o pesquisador potiguar Marco Haurélio lembra que a loucura sempre foi um tema explorado pela literatura ao longo dos tempos, lembrando o caso clássico de “Dom Quixote”, de Miguel de Cervantes, obra-prima do século XVII.
Haurélio lembra que a palavra ‘alienista’, usada para os médicos que, no passado, identificavam e tentavam curar as doenças mentais, está fora de uso nos dias de hoje. O prefaciador apela para a contemporaneidade ao explicar as razões de o conto “O Alienista” não ter envelhecido com o passar dos anos ao contrário do vocábulo que o originou. “Aqueles que Simão Bacamarte imaginou loucos, seriam assim considerados nos dias de hoje? Sim, ainda vemos cenas próximas da época em que viveu Machado. Por exemplo, naquele tempo, era comum ma alta sociedade, se imitar a moda trazida da Europa, assim como hoje”, brinca.
Na sua versão de “O Alienista”, o cordelista Rouxinol do Rinaré, aproveita, em seus versos, todos os episódios marcantes da obra original de Machado de Assis. Vejam só os versos que apresentam o protagonista do conto. “Era Simão Bacamarte/Um grande especialista/Que estudara em Coimbra,/ Um excêntrico cientista/Famoso por seus estudos/Como médico alienista”.
Rouxinol do Rinaré tem seu trabalho altamente elogiado pelo especialista Marco Haurélio.
“Ao final, Rouxinol passa, aos que o leem, a sensação do dever cumprido, por ter sido fiel ao texto original, mas, ao mesmo tempo, por tê-lo trazido às novas gerações, mantendo suas principais características: o bom humor e a ironia”, observa. As ilustrações também se destacam.
PS Marco Haurélio é baiano e não potiguar.
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