segunda-feira, 29 de janeiro de 2024

POLICIAIS AMEAÇAM DE APREENDER CORDÉIS

 







Ontem, no aniversário de São Paulo, um grupo de cordelista foi expor suas obras na Avenida Paulista, para celebrar a existência desta cidade. Como a manhã estava chuvosa, pedimos ao @sescavpaulista para ficarmos embaixo de sua marquise, solicitação atendida prontamente, graças a gentileza do Zacarias, a quem agradecemos a acolhida.

De repente fomos abordados por policias, perguntando se tínhamos autorização para estarmos com nossos livros e folhetos de cordel, respondi-lhes, que não precisávamos da bendita autorização, porque a lei já garantia nossa presença no local. Mas não quiseram saber, insistiram com tantas perguntas, tínhamos um advogado no grupo @jprezek que se apresentou nos representando, mas nem assim adiantou.

A poeta @grazielabarduco apresentou a Lei 15776 que vige sobre o assunto, porém a intransigência persistiu. Enquanto um policial educado conversava, um outro engrossou a voz me intimidando, se eu estava resistindo? Falei-lhe não se tratar de resistência, mas de uma questão de lei. Eles chamaram os fiscais que chegaram com carros de recolhimento e guarda civil metropolitana, no intuito de nos intimidar, porém foram embora sem fazer a apreensão, porque “o rapa” deveria saber da existência da lei. Zacarias do @sescavpaulista permitiu que colocássemos nossas banquinhas no hall do Sesc, e questão por ontem foi resolvida assim. No entanto exigimos um posicionamento da @smculturasp @prefeitoricardonunes @alinetorressp porque esta é a segunda vez que acontece com os poetas de cordel.

Não podemos ser constrangidos desta forma, porque existe uma lei de maio de 2013 garantindo a nossa presença como estávamos ontem. O cordel é um Patrimônio Imaterial do Brasil, reconhecido pelo @iphangovbr desde 2018. É urgente que isto seja solucionado para não sermos molestados como fomos em pleno aniversário da Pauliceia Desvairada.

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sexta-feira, 7 de abril de 2023



SEXTA FEIRA DA PAIXÃO de Jesus de Nazaré, é uma data importante para refletirmos a quem nossa religiosidade serve: se aos poderosos que mataram Jesus, ou se ao seu reino de amor, justiça, igualdade e respeito. Jesus não foi assassinado porque rezava, e sim por defender os pequeninos de seu tempo, que continua a defendê-los nos dias atuais. Toda política que agride e mata os pequenos, serve aos mesmos interesses que levaram Jesus a morte, daí porque este livro CORDEL PARA ESPANTAR O ASSOMBRO BOLSONARENTO, afim de nunca mais se repetir em nosso Brasil a tragédia dos últimos quatro anos. As charges são de Paulo Batista. Basta clicar no link na bio para saber mais. https://pag.ae/7Zh1gqZX9

E se preferir pix aqui está varneci@gmail.com O valor é 43,00 + 9,00 do frete.

O livro já está pronto e enviamos para todo o Brasil e fora dele, inclusive.

 

quinta-feira, 30 de março de 2023



PINTA CLIMA, TUDO JOIA?

O Brasil teve o seu pior governo até o dia 31 de dezembro de 2022. A tragédia bolsonarenta não poderia passar despercebida na seara do cordel brasileiro. Durante o quadriênio do Pinta Clima escrevi muito cordel sobre os desmandos cometidos e como diz o filósofo Michel Foucault, as coisas precisam ser nominadas, daí porque este novo livro ilustrado pelas charges de @paulobatista, um poeta dos desenhos. Juntos lançamos este grito por justiça, que haja punição pelos crimes cometidos, o desleixo para com a vida humana, a zombaria contra os povos originários, tudo isto clama aos céus. Uma obra inédita misturando duas linguagens e nos “convida ao exercício da política como forma de fazer um novo tempo de muito mais solidariedade e justiça. Para esperançar, construir possibilidades e superar o desencanto”.

Você já pode encomendar o seu exemplar.

 #cordelbrasileiro #bolsonaro #cultura #poesia #assombrobolsonarento #cordelbrasileiro #livraria #leitor #varnecipoeta #leitura #cordelistas #setilha #literaturabrasileira #decima #brancadeneve #sextilha #varnecitrovador #varnecinascimento #varnecidebanzae #leiacordel #varnecibaiano #varnecicordelista #varnecirimador #varnecicordel #varneci #cordel #varnecinordestino #varnecipoeta #ler #flyp

 


 

sexta-feira, 2 de setembro de 2022

VIVER DE LITERATURA


 

VIVER DE LITERATURA é o sonho almejado por muitas pessoas que fazem da palavra, seu material de trabalho, mas nem sempre isto é possível, a barriga clama por uma resposta financeira rápida e o mundo editorial demora a oferecer isto. Considero-me feliz viver de literatura há 21 anos, apesar das dificuldades, é uma profissão exigente, é preciso se antenar com aquilo que o povo quer ler e as vezes não se acerta. Um título mal colocado pode frustrar o brilho de um livro potente. Enfim se você deseja trabalhar com as palavras se prepare que a luta será árdua. A literatura brasileira é potente, agora viver dela é outros quinhentos. Segue abaixo os nomes de alguns títulos que escrevi.

 

Jesus: a experiência humana

https://pag.ae/7YBDxnom3

 

Do fascínio ao fascismo

https://pag.ae/7YBDyWucR

 

Para refletir e gargalhar

https://pag.ae/7YBDA5j4v

 

Diálogo de Santa com Varneci

https://pag.ae/7YBDCkUSa

 

Entre lágrimas e sorrisos

https://pag.ae/7YBDBoapp

 

O pequeno polegar

https://pag.ae/7YBDFrWb4

 

A branca de neve

https://pag.ae/7YBDGeNG8

 

O encontro dos diferentes

https://pag.ae/7YBDHtd4q

 

O massacre de Canudos

https://pag.ae/7YBVSYfnL

 

Paulo Freire: um educador diferente

https://pag.ae/7YBVUPa2R

 

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sexta-feira, 19 de agosto de 2022

ENTRE LÁGRIMAS E SORRISOS GANHA NOVA EDIÇÃO


 

Apresentação

 Descobri o poeta Varneci Nascimento, a “Autarquia do Cordel”, na internet, graças ao meu interesse pelo cordel. Me divertia com seu bom humor. Para refletir e gargalhar foi o seu primeiro livro que li. Seguindo o mesmo caminho, o presente livro também traz poemas que passeiam por entre a dor e o humor, a reflexão e a alegria.

Circula por diversos cenários, onde tragédias, dramas e comédias se alternam, dialogando com temas como: ecologia, preconceito ou cenas do cotidiano das grandes cidades. Questionei-o se este paralelo era recorrente em sua obra. Respondeu-me que não. Mas ao iniciar a leitura do cordel de sua autoria, chamado O martírio de uma mãe pelo filho drogado, de 2011, qual não foi a minha surpresa ao ler a primeira estrofe:

 Nossa vida é um teatro

Com espetáculo diverso

É drama de riso e lágrima

Onde o ser humano, imerso

Neste palco fascinante,

Desenha seu universo.

 No terceiro verso se lê: “É drama de riso e lágrima”. Aqui se anunciava um caminho que ainda estaria por vir, embora ele ainda nem soubesse disso.

Neste livro, ele trata de assuntos atualíssimos que lhe ferem fundo na alma, como o fato de ser “migrante”. Aqui ele se posiciona em lados opostos: ora, fala do preconceito, neste caso, contra o nordestino oriundo da zona rural, na cidade grande; ora fala da aculturação deste mesmo indivíduo que apaga sua própria história, na vã tentativa de ser aceito nessa terra estranha e rude, inclusive num mesmo poema, como poderemos ver em A rudeza terrível da cidade, que diz:

 

Carregava o mais simples coração,

Mas, assim que notaram meu sotaque,

Padeci como vítima de achaque

Pelos membros da nova região.

Inclusive, pessoas do meu chão,

Por vergonha, escondem sua cultura,

Pois abraçam a péssima postura

De negar sua própria identidade.

A rudeza terrível da cidade

Tem tirado meu resto de ternura.

 Também nos mostra homenagens a pessoas que lhe foram e são especialmente caras, uma delas, sua própria mãe, nos dando conta da corajosa batalha frente a doenças, descrita no poema Da fortaleza ao declínio e as perdas de Gregório Nicoló, proprietário da Editora Luzeiro que, enxergando seu talento como cordelista, lhe estendeu a mão, levando-o para trabalhar a seu lado, e por fim, seu querido Tio Belo, com quem mantinha uma relação filial e que perdeu a luta para a covid 19. São poemas escritos com a tinta do afeto e da gratidão.

Caminha com desenvoltura por temáticas de cunho político-social e ecológicas (nas quais alterna reflexões e humor, inclusive num mesmo poema, como é o caso de Pare de chupar e aqui não darei nenhuma dica do que está por vir. Leia e tire suas próprias conclusões). Trata dos desastres ambientais de Mariana e Brumadinho (ambos em Minas Gerais), como de fato o são: crimes ambientais, e não acidentes como a grande mídia entendeu de chamar.

No humor, em dados momentos, me remeteu às chanchadas brasileiras ou aos espetáculos de circo que passavam na minha, outrora, pequena cidade sertaneja. Um humor sem amarras ou qualquer compromisso com o politicamente correto. Como é o caso dos poemas Sexo segundo as profissões e Todo velho quando mija. Mas é na crítica social que sua poesia se mostra grande, certeira. Um discurso forte, politizado, ao lado do oprimido e contra toda ordem de repressão e autoritarismo.

Em dados momentos, os poemas se travestem em denúncias, como é o caso de Feminicídio, Invisíveis do mundo e Filmem mesmo os professores. São 30 poemas escritos em linguagem cordelística. O autor presenteia os estudiosos e pesquisadores do cordel com uma rica e agradável aula, mostrando diversas formas estróficas: sextilhas, setilhas, oitavas, nonas, décimas, em redondilhas maiores ou decassílabos, com ou sem mote (se apropriando de formas usuais da cantoria de viola), como podemos ver de modo específico numa setilha com mote no primeiro verso e numa forma irregular com 12 versos, contendo um mote de 4 linhas, satisfazendo o mais exigente dos leitores.

Destaco mais dois poemas: o que dá título à obra, Entre lágrimas e sorrisos, cujo cenário principal são as salas e enfermarias dos hospitais lotados; e as redes de solidariedade que levam o pão do corpo e da alma a tantos esquecidos pela sociedade. Onde poderemos ler:

 (...)

Vê-se em local de tristeza,

Gente doando alegria.

Levando o pão para a mesa

De quem não tem, todo dia.

 E O tempo, que nem fala de lágrimas nem de sorrisos. A palavra “tempo” se repete em praticamente todas as linhas, imprimindo ritmo ao poema. O ritmo do relógio. O ritmo do tempo. O poeta faz uso da anáfora de modo a nos prender a estes versos, nos dando vontade imediata de decorá-los, para sair declamando e fazendo bonito pelos saraus da vida. Leiam, se possível, em voz alta:

 O tempo finge dar tempo,

O próprio tempo lhe toma.

Seu tempo é subtraído

Na conta que o tempo soma.

O tempo bota o tempero,

No mínimo ou no exagero.

O tempo põe seu aroma.

 É um poema forte como uma pedra de amolar e leve como uma pluma de rosa-cera, levada pelo vento quente neste sertão de meu Deus.

Desejo que o leitor viva bons momentos na companhia destes poemas.

 

Anita Alves

Arquiteta, nordestina e sertaneja, amante dos livros, dos cordéis e de toda manifestação cultural vinda do povo.

Caicó, RN, São João de 2020


Capa de Rodrigo Eli

 

terça-feira, 31 de maio de 2022

LIVRO ESCRITO PELO WHATSAPP É DESTAQUE EM SÃO PAULO

Quando conheci o poeta Santa Rosa em 2016, começamos a dialogar pelo WhatsApp. Da cidade de Natal fui a João Pessoa, em seguida a Guarabira, onde residi quatro anos formando-me como historiador. Ainda na Paraíba lhe mandei uma foto com uma sextilha, para minha surpresa me respondeu com outra estrofe, assim conversamos um ano e oito meses somente através das sextilhas do cordel brasileiro.

O Brasil vivia uma crise começada pelo golpe, a qual infelizmente continua. O papo foi fluindo sobre variados assuntos. Em 2018 disse tínhamos estrofes suficientes para um livro, daí lhe perguntei se topava bancar uma edição de DIÁLOGO DE SANTA ROSA COM VARNECI PELO WHATSAPP. Aceitou o desafio, embora tenhamos sido desaconselhados a não publicar, segundo quem me sugeriu, o livro não teria futuro. Felizmente não escutei. Logo, logo vendemos duzentos e cinquenta exemplares. @poeta_isaiassantaroa fez um lançamento na cidade dele, vendeu cem exemplares numa noite.
O tempo passou, ano passado inscrevi o livro no edital da compra de livros da prefeitura de São Paulo onde foi escolhida para o Programa Minha Biblioteca indicado, indicado ao ensino médio, bem como para jovens e adultos. A narrativa é um diálogo entre dois poetas. Sem dúvida é uma excelente demonstração, de como o cordel, está antenado com tudo que há de mais moderno. Tenho recebido muitas fotos do livro chegado as escolas de São Paulo. Agora fizemos a quarta reimpressão, se você não tem o seu, está na hora de fazer este investimento. Basta entrar em contato com a gente pelas redes sociais. Não perca tempo.



[22/11/16 23:46] Varneci:
Visitando a um museu,
Conhecendo cada peça
Entrei bem devagarinho
Para apreciar sem pressa.
Nesse local encontrei
O poeta Bráulio Bessa.

[23/11/16 00:12] Santa Rosa:
No cordel é uma peça
Dotada de experiência,
Desejo vê-lo na tela
Com milhares de audiência
E a Rede Globo não castre
Sua sábia consciência



sábado, 28 de maio de 2022

DO FASCISMO AO NAZISMO

 

Quando o mandatário de uma nação não se preocupa em fortalecer as instituições e, ao contrário disto, vive atacando-as, elas começam a se deteriorar. Infelizmente já estamos vendo acontecer no Brasil. O flerte com o fascismo está se tornando uma prática nazista como no caso de Genivaldo Jesus dos Santos no estado de Sergipe. Essa PRF capaz de colocá-lo numa câmara de gás, prática nazista, já conduziu o inquilino do Palácio do Planalto numa moto pelas rodovias brasileiras, sem nunca ter se preocupado com a falta de capacete do genocida-mor.

Genivaldo deveria ter sido parado? Sem dúvida, mas jamais morto por causa disto, um crime bárbaro, fora de todas as regras do bom senso. Não podemos nos calar, porque ontem foi ele e amanhã outra família poderá ser a vítima, inclusive com os defensores da famílicia. A Polícia Rodoviária Federal é importantíssima para segurança nas rodovias brasileiras, daí deverá extirpar dos seus quadros facínoras com esse perfil, sob pena de ser desmoralizada completamente. O amparo dado por figuras de poder em nossa nação, abre espaço para o crime da pior espécie, aquele cometido em nome do estado, gozando da certeza da impunidade.

Quem matou Genivaldo deveria estar preso, não somente afastado, ainda por cima recebendo o salário dos impostos da família de Genivaldo, inclusive. Os acontecimentos do Sergipe e no Rio de Janeiro são gravíssimos, porém o chefe de Estado, ao invés de querer punições dos policiais criminosos, tem a cara de pau de parabenizá-los.

Outubro está chegando, tais posturas criminosas sirvam de reflexão na retirada dos canalhas genocidas colocados em posições de poder. Justiça por Genivaldo e todas as pessoas assassinadas pelo Estado Brasileiro, as quais conhecemos o perfil: preta, pobre e favelada. São os preferidos e as escolhidas, nunca para melhorar suas vidas, ao contrário, ceifá-las.

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sábado, 26 de março de 2022


 LIVRO NOVO CHEGANDO

 Ano passado foi aniversário de cem anos do patrono da nossa educação, esperei passar a euforia em torno dele, para só agora relançar: PAULO FREIRE UM EDUCADOR DIFERENTE, cordel escrito no início da minha carreira de escritor e por isto foi ampliado e melhorado para fazer jus a este revolucionário da educação brasileira. Discutir Paulo Freire e sua obra, se faz cada vez mais urgente, pois só assim poderemos construir uma escola inclusiva e libertadora. Este ícone foi vítima da tirania da ditadura militar e nos últimos anos se tornou o personagem preferido na boca dos incautos sobre o educar neste país. Este livro vem para ajudar a elucidar tanta controvérsia e contribuir para a construção de uma nação justa e fraterna. Peça já o seu exemplar. O livro é publicado pela editora @areiadourada apresentação de @luvieira e capa de @aderaldoluciano

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segunda-feira, 15 de novembro de 2021


 DO FASCÍNIO AO FASCISMO

 Desde o ano de 2018, ao ver se desenhar o quadro político brasileiro, comecei a escrever o poema que dá nome a este livro. Após ter terminado, juntei-o com outros títulos já escritos sobre a temática. Desde então, trabalhei-os e ao senti o texto pronto, busquei uma editora que topasse fazer o lançamento. Encontrei a Alameda, com sua linha editorial definida e forte no campo político esquerdista.

É sempre salutar lançar algo novo, ainda mais discutindo temas tão relevantes, como é o caso deste, que aborda assuntos presentes no quotidiano. O Brasil, infelizmente flerta com tantas coisas perigosas e o autoritarismo parece agradar aos detentores do poder na atualidade. Como a partir do golpe de 64, onde os poetas e artistas denunciavam as arbitrariedades da época, não podemos nos furtar do debate, sob pena de nos tornarmos cúmplices da barbárie. Apesar de não sermos ainda uma ditadura, fomos retirados da lista de países plenamente democráticos, por organismos internacionais. Começa discutindo e denunciando nas estrofes a seguir:

 

Pensava que este Brasil

Fosse um mar de civilismo,

Mas de repente a loucura

Misturada ao barbarismo

Trouxe a nuvem nebulosa

Do fascínio ao fascismo.

 

Vimos dois mil e dezoito

Com a polarização

Causar a maior fissura,

Nas bases desta nação,

Entre milhões de patrícios

Estrondosa divisão.

 

A maior onda de ódio

Espalhou-se abertamente

A ferocidade atrás,

A intriga pela frente

Liderada por um homem

Pusilânime, prepotente.

 

A obra bebe na tradição do cordel brasileiro, criado pelo paraibano Leandro Gomes de Barros que sempre abordou as temáticas políticas. Acredito na potência da literatura para derrotar a onda fascista que se abateu sobre nosso país. Sob este prisma, teremos muito o que discutir e a poesia é arma poderosa, fala ao coração, toca na alma, expõe as vísceras, provoca a sociedade, denuncia injustiças, grita a favor dos sofridos, reclama das atrocidades dos detentores do poder. Sigamos sem medo, se achegue, invista na sua formação, prestigie a cultura, aplauda este gênero literário. No livro temos poemas como este abaixo:

 

Se você pouco acredita,

Vá estudar o passado,

Conversar com um torturado,

Vítima daquela desdita.

Conheça a trama maldita

Por trás da pesada agrura.

Veja quanta desventura

Enfrentar tamanho monstro.

Enquanto viver, demonstro,

Nunca mais a ditadura.

 

Em honra de quem partiu,

Em nome de quem ficou!

Na militância escapou

Do carrasco que agrediu!

Faço por quem se feriu

Protegendo uma criatura,

Visando a nação futura

Arriscou a sua cabeça,

Para que ninguém esqueça:

Nunca mais a ditadura.

 

Ninguém é neutro em nada, cada decisão é uma opção política e sempre fiz questão de deixar a minha produção poética clara para não restar a menor dúvida de quem a poesia está a serviço. Nas mais de oitenta obras publicadas e com duzentos e trinta mil exemplares vendidos sempre me mantive do lado dos oprimidos.

A xilogravura da capa é da brilhante Nireuda Longobardi,