terça-feira, 26 de novembro de 2013


O ANEL DE PEDRA ROSADA



Uma história comovente marcada pela paixão de dois jovens que se entregam ao amor jurado para toda a vida. Mas o destino tem seus caminhos, os quais só a eternidade poderá dizer se durará para todo o sempre. Surpreenda-se com mais uma narrativa da guerreira do cordel Cleusa Santo.



Veja as primeiras estrofes:



E a vida imita a arte?

Ou a arte imita a vida?

Não sei quem imita quem

Nesta frenética corrida,

Só sei que viver com arte,

Faz ela menos sofrida.



Muitos fatos ocorridos

Parecem até ficção,

Onde o ator é você,

Às vezes sem direção.

Com um roteiro sem cortes:

Curta ou longa duração.



O drama que vou contar

É uma história de amor,

Das voltas que a vida dá

E traz fel como sabor.

Desta trama do destino,

Eu só sou o narrador.



Quem quiser adquirir seu exemplar entre em contato com a editora Luzeiro pelo e-mail vendas@editoraluzeiro.com.br



segunda-feira, 25 de novembro de 2013

PROVÉRBIOS ENGRAÇADOS EM CORDEL





Depois do sucesso do trava língua, Cacá Lopes envereda pelos provérbios engraçados. Após mergulhar profundamente em mais de nove mil adágios que conseguiu recolher, verteu para linguagem cordelística, alguns dos mais bem humorados. Criatividade e beleza emolduram este novo trabalho que, certamente, será mais um sucesso entre os apaixonados pela poesia.





Eu já fiz alguns cordéis

Vários temas abordei,

Na lira do nosso povo

Muitas estrofes criei,

Mas o mundo dos provérbios

Agora retratarei.



Escolhi os mais hilários,

Adágios, ditos, ditados,

Uma seleção de muitos

Daqueles que são falados.

Aprecie este Cordel

Dos provérbios engraçados.



A melhor sogra do mundo

É a da minha mulher,

Conversa pra boi dormir.

Resta saber se ele quer,

Em arenga de casal

Não se mete a colher.



Se cabelo fosse grana

Pobre nascia careca.

É grande craque na bola

Mas desliza na peteca,

Deixe a vida me levar,

É o que já dizia Zeca.



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domingo, 24 de novembro de 2013



JOÃOZINHO NA ESCOLA



O gracejo é muito presente no ramo do cordel. Tenho escrito vários trabalhos nesta linha entre os quais citamos PERGUNTA IDIOTA, TOLERÂNCIA ZERO, OS DEZ MANDAMENTOS DO PREGUIÇOSO, UM CORDEL PRA CADA DIA DO MÊS, MULHER ENCALHADA, entre outros. Recentemente publiquei A HISTÓRIA DE JOÃOZINHO, conferindo uma genealogia e este menininho que todo mundo conhece. Escrevi a seu respeito uma trilogia e agora publiquei o segundo volume intitulado JOÃOZINHO NA ESCOLA, no qual narro às peripécias deste perigoso aluno na sala de aula.



Todo mundo já sorriu,

Em grupo ou mesmo sozinho,

Das tiragens e perguntas

Deste belo menininho

Afamado e conhecido

Pelo nome de Joãozinho.



As professoras coitadas,

Quantas delas têm sofrido,

Graças às suas respostas

Sempre cheias de sentido,

Revelando-se um gênio

Perspicaz e tão sabido.



Joãozinho estava na aula,

Tristonho, meio sem plano:

— Menino o que apoquenta

Essa mente de arcano?

— Sou inteligente e devo

Sair do primeiro ano...



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OS QUATRO GARIMPEIROS

OS QUATRO GARIMPEIROS



O cordel está cada vez mais em expansão, e não se pode dizer o que muitos disseram, que é uma literatura regional, se hoje está presente no Brasil inteiro. Prova disso é este autor que vem lá de Tocantins. Abaixo está uma sinopse de sua obra:



Esta obra aborda a realidade dos garimpos brasileiros na década de 1980, quando houve a corrida pelo ouro, alimentada pelo sonho da riqueza material, levando muitos a viverem aventuras perigosas e a loucura diária no coração dos incautos, que chegavam de todos os lados do Brasil, sobretudo à região do Pará. Esse panorama cíclico do ouro é retratado na ação de quatro rapazes que vivenciaram momentos díspares em alguns dos garimpos. O leitor conhecerá o mundo garimpeiro desvendado por meio de relevantes informações inerentes aos espaços e tempo, que constituem a tessitura desta obra.

Veja as primeiras estrofes de OS QUATRO GARIMPEIROS:



Em nome do Salvador,

O Primeiro dos primeiros;

Eu suplico ao Criador

Pensamentos mensageiros,

Para contar em cordel

Sobre quatro garimpeiros.



Pela década de oitenta,

No Brasil, houve o estouro

De dezenas de garimpos;

E, atrás de ter tesouro,

Os brasileiros fizeram

A corrida pelo ouro.



No Pará, principalmente,

Na lenda: Serra Pelada,

Tantos correram pra lá;

Uns não conseguiram nada.

Já outros lavaram a égua:

Ouro e grana de carrada.



Só se ouvia falar:

— Fulano foi pra o garimpo.

Muitos jamais retornaram.

Devem estar de osso limpo;

Posto que, da violência,

O dinheiro faz-se olimpo.



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O GAROTO QUE O DESTINO TORNOU UM HOMEM SEM SORTE



O mundo do cordel sempre foi masculino e machista, todavia isto tem mudado aos poucos, graças às mulheres que surgem neste meio. A editora Luzeiro tem dado a sua contribuição, lançando várias autoras de São Paulo e do restante do país. A primeira foi Ilze Bezerra sucedida por Cleusa Santo, Benedita Dellazari e Eloy Carré. Agora chegou a vez de Rosa Regis que faz uma homenagem póstuma ao seu filho Ângelo Ricardo Regis da Silva, numa narrativa comovente. Abaixo segue a sinopse e algumas estrofes:



O brado de uma mãe, que desabrocha em poesia para contar ao mundo a trajetória de um filho pródigo que não retornou a casa materna. Um suspiro dolorido, lágrimas derramadas, emoções represadas de quem mais ama e por isso mais entende de amor porque faz tudo sem esperar nada em troca, apenas ama. Rosa Regis coloca nesta história a dor e a angústia deixada pela ausência do filho Ricardo. Uma lacuna impreenchível que só o coração de mãe aprende a conviver.





Meus estimados leitores

Deste bonito país,

Venho contar aos senhores

Um triste caso que diz

O quanto pode sofrer

Um homem — esse pobre ser,

Quando o destino o desdiz.



Pois o desdito da sorte

Pouco do que faz acerta,

Além disso, com seus atos,

Dores aos seus ele oferta.

Assim, seu pai, seu irmão,

Parentes..., em confusão,

Ele os envolve na certa.



Aqui eu peço licença

Para aos senhores contar

A história de um menino

Que não viu como escapar

Ao seu terrível destino,

Pois ainda pequenino

Cai pra não mais levantar.



A tal história inicia

De uma forma bem feliz,

A princípio parecendo

Ser tudo que seu pai quis:

Um filho — um menino são,

Os santos ouvem e dão.

E ele ao Bom Deus bendiz.



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VIDA E MORTE DE LAMPIÃO é o primeiro título de cordel de Marciano Medeiros lançado pela editora Luzeiro. Abaixo segue um pequeno texto de apresentação.



APRESENTAÇÃO



Mais um cordel decanta a saga do famoso cangaceiro. Desta vez, é um poeta potiguar que se embrenhou pelas estradas percorridas pelo mito nordestino, acompanhado do seu séquito. Esta obra traz algumas particularidades que carecem de uma explicação para que o leitor, atento que é, não pense que contém erros ou que foram deixados aleatoriamente, sem uma razão preponderante. Após ler extensa bibliografia, a ideia foi ganhando contornos e traços e se transformou em versos, seguindo as regras fixas do cordel. Marciano Medeiros é cônscio da necessidade e importância de cuidar bem do texto, de tratá-lo como um filho para que, futuramente, sua faina poética lhe consagre como um clássico do cordel brasileiro, tal qual os imortais Antônio Teodoro dos Santos, Eneias Tavares dos Santos e Manoel D’Almeida Filho, entre outros.

Neste texto, o autor achou por bem usar a regra da “Deixa”, uma marca indelével da cantoria e dispensável no cordel que, apesar de ter suas regras fixas, está sempre disposto a dialogar com qualquer arte e, por isso, aceita a “Deixa”. Entretanto, não está obrigado por ela e sim pela rima e métrica precisas. A regra da “Deixa” em uma narrativa extensa pode comprometê-la. Todavia, o autor se esforçou ao máximo para atenuar esse entrave. Outro diferencial é referir-se a Lampião chamando-o de Virgolino. Isto porque fez uma consulta acurada e, em seu batistério, foi assim registrado. Portanto, não se trata de algo feito ao bel-prazer, mas sim uma escolha consciente e coerente, baseada em fontes históricas.

O personagem Virgolino está cercado de fatos e mistérios. Quanto mais se fala dele, mais se tem a revelar e acrescentar novos dados à extensa trajetória. Sabemos que o cordel contribuiu enormemente para Lampião ter se tornado o personagem mítico que é, rodeado de encantos, admiração e repulsa. Contendas à parte, o cangaço e seus personagens são fontes de boas histórias que o cordel continuará contando.

A vida de Lampião foi curta, pelo fato de ele ter encurtado a de muitos. Neste personagem, cumpriu-se a passagem evangélica que diz: “quem com um ferro fere, com o mesmo ferro é ferido.” Esta frase nos leva a uma pergunta: o homem é, de fato, um produto do seu meio?

Pela narrativa, o jovem Virgolino estava acima de qualquer suspeita; mas vendo injustiças ocorrerem, não se conteve e passou a ser um justiceiro, impondo a lei que achou pertinente. No ano de 1922 entrou definitivamente para o cangaço e essa trajetória de crimes e confusões durou até o dia 28 de julho de 1938, quando tombou na grota do Angico, morto pelo tenente João Bezerra e sua tropa, numa emboscada que foi articulada à base de tortura e traição, para que os coiteiros Pedro e Durval entregassem o seu protegido.

Esta obra teve sua primeira edição lançada em 2012 e, em pouco tempo, foi esgotada. Veio a segunda e agora ganha nova roupagem para atingir outros públicos Brasil afora. Estão de parabéns Marciano Medeiros e a Editora Luzeiro, ao publicar poetas de todas as partes do Brasil, mostrando que o cordel realmente se consolidou como um gênero literário nacional.



Varneci Nascimento

São Paulo, julho de 2013.

O RAIO X DO CORDEL



Este cordel foi escrito por Nando Poeto e eu. Nesta obra apresentamos a nossa visão a respeito do cordel brasileiro que se afasta de toda esta falácia que é herança portuguesa, que chegou com os colonizadores, que é poesia matuta, etc. É diferente da única visão que você está acostumado a ver sobre cordel. Colocamos aqui a apresentação e depois mais algumas outras informações:



APRESENTAÇÃO



O cordel, após cem anos de sua criação pelo brasileiro Leandro Gomes de Barros, se consolida como gênero literário sobrevivendo às intempéries culturais e as previsões mais insólitas. Muito se pesquisou a seu respeito, mas faltou aprofundamento em sua análise, porque julgaram-no apenas pelo seu formato físico e não pelo seu conteúdo, resultando em grave erro e dando trabalho para colocar as coisas no seu devido caminho.

Compararam essa poesia com o cordel português, o que é diametralmente diferente, pois o daqui é rimado o metrificado, o do além-mar escrito em prosa. Toda literatura que estivesse pendurada no barbante, fosse conto, novela, jograis, receitas de bolo, piadas, chamava-se de cordel. Os pesquisadores ao analisarem o nosso cordel acharam que se tratava da mesma coisa daquela produzida em Portugal, porém se esqueceram de esmiuçar o conteúdo e colocaram em um só baú, causando vários equívocos, inclusive à sua paternidade e a genialidade de Leandro.

O que chamam de cordel atualmente, no Nordeste, era conhecido de outro modo, a exemplo de romance, histórias de versos, livros de feira, livreto do meu “padim” numa referência ao padre Cícero, menos cordel, que é uma denominação, essa sim portuguesa. Quando perguntaram a respeito da Literatura de Cordel a Manoel D’Almeida Filho ele teria dito que a sua era literatura de aramel, ou seja, seria a literatura de arame. Deu a entender que o nome não era adequado para classificar este tipo de poesia criada no Nordeste e hoje presente no país inteiro.

Outros defendem que o cordel é literatura oral, mas isto não se sustenta, pois as histórias eram decoradas depois de escritas e não antes. Para se constituir em literatura oral teriam de primeiro ter nascido na oralidade, transmitida de geração em geração e só depois posta no papel como é o comum nos contos folclóricos, todavia, no caso do cordel acontece o oposto. As pessoas que não sabiam ler escutavam outras lerem e só após as decoravam e recitavam, portanto é literatura, mas não oral.

Muitos pesquisadores definiram o cordel como sendo um produto feito por analfabetos ou semianalfabetos, o que se constitui em uma injustiça, porque quem é ágrafo não escreve livro. Que o cordel é uma poesia rural, isto não se sustenta porque resulta da mistura do campo com a cidade. Os poetas encontraram o lugar ideal para desenvolverem a sua arte na cidade de Recife, de onde a espalharam para o Brasil. Em sua maioria, os poetas formam uma constelação de imigrantes, porque deixam seu torrão natal para semear a poesia no abrigo citadino.

Outra classificação aplicada ao cordel é que seria literatura regional, mas isso por si só se prova um equívoco, visto que não é a região que determina uma literatura, senão todo escritor será regional, e isto não parece coerente. Seria precedente para todos os escritores serem regionalistas. O que distingue uma obra é a sua qualidade e a contribuição cultural à humanidade e mesmo porque vale aquela velha máxima: “quer ser universal descreva a sua aldeia”.

Por conta destas distorções, resolvemos escrever este cordel para mostrar que existe outro olhar para esta poesia, além daquele estabelecido por quem se esqueceu de aplicar ao cordel as teorias literárias, talvez por medo de se surpreender com aquele que atende a todas elas, e se ver obrigado a enquadrá-lo como o que é verdadeiramente: épico, lírico e dramático.

O cordel não é privilégio dos nordestinos, pois está presente no país inteiro, porque a poesia é assim “aflige todas as pessoas de todas as classes e condições sociais”. Esta obra é a nossa contribuição para provocar debates e apontar, quem sabe, um novo caminho, no qual dialogue com todas as culturas, mas sem abrir mão, que cordel rimado e metrificado é criação brasileira e aqui não é uma questão bairrista, porém um compromisso com a verdade.



Nando Poeta e Varneci Nascimento

São Paulo, julho de 2013.