domingo, 21 de setembro de 2014

VOLTANDO AO COLÉGIO CECÍLIA MORAIS DE VASCONCELOS

Depois de quase dois anos, voltei ao COLÉGIO CECÍLIA MORAIS DE VASCONCELOS ministrar uma palestra sobre o cordel para os alunos da EJA (Educação de Jovens e Adultos). Dessa vez, o encontro funcionou como um aperitivo para o projeto que será desenvolvido na escola, com atividades voltadas única e exclusivamente ao cordel, entre as quais citamos: oficinas, palestras, produção de texto, visitas monitoradas a espaços que divulguem esse gênero literário, saraus, enfim a escola fará uma verdadeira viagem pelo mundo cordelístico. Agradeço a acolhida dos professores e professoras, em especial a professora Lucineide, que é uma das mentoras de todas as atividades e a responsável pelas minhas idas tantas vezes a esta escola.

Tem sido um trabalho gratificante espalhar o cordel nos mais diversos ambientes, pois há um encantamento natural com esta arte tão prazerosa quanto para se produzir, quanto para se ler. Agradeço também aos alunos que participaram de forma ativa com perguntas e intervenções inteligentes, numa sexta feira chuvosa que só não dava preguiça para dormir, e mesmo assim, estavam lá ensinando e aprendendo ao conhecer melhor o cordel brasileiro.
















sexta-feira, 19 de setembro de 2014

JOSÉ SANTOS E VARNECI NASCIMENTO NO COLÉGIO ÍTACA

No dia 13/09 juntamente com o escritor cordelista José Santos estive no colégio Ítaca situado no Butantã. Na oportunidade, falamos para professores, pais e alunos sobre o cordel brasileiro e foi uma atividade interessante, porque os alunos estavam preparados pela professora de música, através de uma atividade, cuja tarefa era fazer rimas. Numa disputa saudável e inteligente mostraram no palco, os meninos contra as meninas, o que é brincar com inteligência, usando a força e a inspiração do cordel. Agradecemos ao colégio pelo convite e por oportunizar que os seus alunos tivessem um contato mais próximo com o cordel para que conheçam a beleza e a complexidade desse gênero literário brasileiro.



























quinta-feira, 18 de setembro de 2014

O CAVALO DAS PATAS DE OURO




É mais um título cujo autor é do Rio Grande do Norte, assim quatro autores deste importante estado do Nordeste dão sua contribuição na produção do cordel que vem crescendo cada vez mais. Abaeté com outros poetas fundou a Casa do Cordel em Natal e agora estreia na Editora Luzeiro.

APRESENTAÇÃO

O CAVALO DAS PATAS DE OURO do Poeta Cordelista Abaeté do Cordel, é uma viagem atual ao mundo antigo, onde o autor, utilizando ingredientes de uma paixão impossível e proibida entre o plebeu Albertino, filho de uma criada do palácio, e a princesa Inês, compõe seu enredo em versos líricos de sete sílabas, estruturados na sextilha tradicional rimadas em AXBXCX. O autor destila com linguagem atual e coloquial, cenas claras de amor, aventura e bravura na busca destemida do plebeu seresteiro Albertino, visando resgatar a Princesa Inês que se encontra exilada e condenada ao encanto por trinta anos pelo Rei, no REINO DA ILUSÃO. Para atingir tal objetivo, Albertino utiliza-se de seu bravo cavalo VENTANIA, premiado cavalo, campeão em todas as competições, com suas patas de ouro, veloz como o vento. Enfrentará tenazmente desafios, monstros e serpentes em batalhas.
O Poeta Abaeté do Cordel mostra sua fluência na arte de versejar, imprimindo em seus versos elementos obrigatórios para um cordel autêntico, tais como o humor, expressões puramente coloquiais, a oralidade e a simplicidade (Infeliz das costas ocas / Cabra de peia safado).
A Grécia Antiga citada no início é deixada para trás, adentrando logo à seara nordestina, quando o intrépido, Cabra da peste Albertino enfrenta tudo e todos para ser feliz no final, como cabe a todo romance que se preza. Abaeté, autor de centenas de títulos de cordéis, com seu CAVALO DAS PATAS DE OURO, vara longe nas veredas do cordel, percorridas com muita resistência e bravura tal qual seu herói Albertino. O romance de Abaeté pode muito bem ser recitado no meio de uma feira, na varanda de uma fazenda, no shopping ou nas alamedas universitárias. Abram alas para o contador cordelista, o cordel vai cantar pros quatros cantos ouvir mais uma bela história de amor e aventura num reino e num tempo bem distante.

Manuel de Azevedo
Poeta, Professor e Músico
Natal – RN, 2014
SERVIÇOS:
ISBN 978-85-7410-203-0
Tamanho: 13,5x18
Vendas pelo e-mail: vendas@editoraluzeiro.com.br
Valor: R$ 5,00


terça-feira, 16 de setembro de 2014

A TRAGÉDIA DO NYENBURG


Mais uma obra publicada pela editora Luzeiro, desta vez o autor é Manuel de Azevedo, nascido no estado do Rio Grande do Norte onde o cordel se fortalece cada vez mais.

APRESENTAÇÃO

Os verdadeiros Poetas descobrem a Poesia em fatos de expressão prosaica. A Tragédia do Nyenburg tem subtítulo de Episódio dos Tempos Coloniais no Rio Grande do Norte. Faz parte de Estudos Pernambucanos de Alfredo de Carvalho, publicado no Recife em 1907 e republicado em 2002, pela editora Sebo Vermelho. A história, transformada em Poesia, é dramática. Fala das moedas de ouro que os marinheiros sublevados enterraram em Natal. Quem encontrou esse ouro? Respondo sem sombra de dúvidas: quem encontrou o ouro foi o poeta cordelista Manuel de Azevedo.
Manuel de Azevedo é um exemplo pouco comum de artista versátil, de Poeta explorador de temas e estilos. Tudo leva a crer que o seu itinerário existencial, cujas estações principais são Santana do Matos, Natal, e Londres, marcou profundamente a sua produção poética.
Santana do Matos, de onde Manuel de Azevedo saiu aos nove anos de idade, não é um retrato na parede que dói. É mais um tema recorrente, é o sertão dentro do Poeta, onde o canto da Acauã evoca a morte, onde o Concriz e o Galo-de-Campina trinam invernos, é a “Coalhada fria com rapadura,/imbuzada, cuscuz com ovo./e leite.”
Em Natal, Manuel de Azevedo fez seus estudos básicos e despontou para a Música, para a Poesia, para o Magistério. E ao longo dos anos aprimorou o seu estilo, como quem aprimora o virtuosismo nas cordas de um violoncelo. O sertão continua a existir, nunca vai abandonar as suas lembranças arraigadas, mas a temática celebra um novo amor, uma nova musa – Natal e sua paisagem lírica, física, humana. O Beco da Lama, quartel general de comandantes que jamais ganharam uma batalha, é evocado com nostalgia e beleza poética:

“Lá no Bar do Seu Nazi,
Em pleno Beco da Lama,
Muitas luas eu bebi,
Poesia de Acesa chama.”

Natal é vista pelo Manuel de Azevedo em temas como a PEDRA DO ROSÁRIO, RIO POTENGI, dos XARIAS que habitavam a Cidade Alta, dos CANGULEIROS que dominavam o território das Rocas, tudo palmilhado com emoção e rigor formal. O Poeta vai do Hai-kai ao Soneto, das Glosas e Motes às Trovas com forte acento popular. Mais adiante – o que marcaria a terceira estação de Manuel de Azevedo, ou seja, sua temporada Londrina – há poemas de feição erudita, alguns escritos em inglês como “Ode to Vivaldi” e outros de alma inglesa, Liverpooliana, como “Lennon in the sky with diamonds”.
De repente, o Poeta surpreende outra vez. Deixa de lado sua memória natalense, sua formação erudita, sua lembranças européias e parte para descrever em linguagem de cordel uma tragédia marítima ocorrida com um navio holandês, em 1763. Em quatro cantos, em sextilhas de sete sílabas, Manuel de Azevedo navega por mares que a sua inspiração jamais havia dantes navegado. E narra, por inteiro, a desventura do NYENBURG, à maneira de um cordelista da família de autores clássicos, como aqueles que já nos deram o Episódio da moça que virou cobra, o Infortúnio da Imperatriz Porcina, a chegada de Lampião ao inferno. É a tal versatilidade de que já falamos.
Vale a pena navegar no convés da poesia de Manuel de Azevedo, acompanhando sua narrativa das rotas e derrotas do NYENBURG, dos motins, das vinganças, da convivência com homens duros e imprevisíveis como uma montanha em pleno mar.

Diógenes da Cunha Lima


SERVIÇOS:
ISBN 978-85-7410-208-5
Tamanho: 13,5x18
Vendas pelo e-mail: vendas@editoraluzeiro.com.br
Valor: R$ 5,00


quinta-feira, 11 de setembro de 2014

JARARACA O CANGACEIRO QUE VIROU SANTO


 UM CANGACEIRO, UMA AÇÃO ALVISSAREIRA E UMA REPERCUSSÃO NO SERTÃO

Alguns pesquisadores do cordel classificaram ou classificam os temas abordados, nessa mídia, em ciclos, tanto brasileiros como brasilianistas, sendo os mais conhecidos: Manuel Diégues Júnior, Manoel Cavalcanti Proença, Orígenes Lessa, Roberto Benjamin, Liêdo Maranhão, Ariano Suassuna, Raymond Cantel, além de outros. Aqui não foram citados os títulos das obras dos respectivos estudiosos, porque não é o objetivo desta apresentação.
Na produção cordelística brasileira, no geral e nordestina, em particular, na polêmica classificação em ciclos ou temas, é conhecido que um dos mais enfocados, sem sombra de dúvida, é o cangaço.
Vale destacar a importância do cangaço no cordel, que, um brasilianista: Ronald Daus, de origem alemã e professor da Universidade Livre de Berlim, escreveu uma obra dedicada ao tema, cujo título é O Ciclo Épico dos Cangaceiros na Poesia Popular do Nordeste. Destacou o fenômeno do cangaceirismo, retratado através da Literatura Popular em Verso (denominação dos pesquisadores da Fundação Casa de Rui Barbosa), a imagem da epopeia cangaceira, principalmente Antônio Silvino e Lampião e como herói popular do Nordeste brasileiro.
Os cangaceiros mais mencionados no Cordel são Lampião, Antônio Silvino, Corisco, Jesuíno Brilhante, além de outros. Independente do tempo e do espaço, os cordelistas que narram as peripécias cangaceiras viveram ou vivem muito distante dos lugares que os cangaceiros nasceram e atuaram.
No Rio Grande do Norte o tema cangaço começou a ser escrito, até onde se tem notícia, desde o ano de 1927, pela ocorrência da invasão a Mossoró-RN pelo bando de Lampião. Como os relatos nos livros de Mário de Andrade (folhetos recolhidos na terra potiguar, de dezembro de 1928 a fevereiro de 1929), Raimundo Nonato e Raul Fernandes. De 1927 até o presente momento vários cordelistas potiguares escreveram sobre o cangaço, como atesta a pesquisa de Gutenberg Costa.
Dentre os cordelistas potiguares tem destaque Nando Poeta, professor de sociologia, engajado politicamente nas lutas sociais há muitos anos e morando em Natal-RN e em São Paulo-SP, respectivamente. Pesquisador cuidadoso na busca do conhecimento do objeto de estudo, principalmente na fonte bibliográfica. Já escreveu sobre vários temas: sociais, políticos, econômicos, gênero, etc.. Ultimamente vem escrevendo e publicando sobre o cangaço, com as seguintes obras: O Cangaço e o Lendário Lampião, A saga de Jesuíno Brilhante e Corisco: O Vingador de Lampião.
Agora e com o propósito desta apresentação, vem a publicação de Jararaca: O Cangaceiro que Virou Santo, que, narra a atribulada vida do cangaceiro José Leite de Santana, conhecido pela alcunha de Jararaca. Nasceu em 1901 no lugarejo de Moderna, na época pertencente a Buíque e hoje localizado no Município pernambucano de Sertânia e faleceu em Mossoró-RN, em 1927. Serviu ao Exército brasileiro e esteve em São Paulo e Rio Grande do Sul. Desligou-se das Forças Armadas e voltou à terra natal, cometeu um crime e foi para a clandestinidade. Entrou no bando de Lampião, como já tinha experiência militar, foi admitido como chefe de subgrupo e assim atuou na tentativa de invasão a Mossoró-RN, em 1927.
Assim como a maioria das obras cordelísticas de Nando Poeta, esta é formada por estrofes sextilhadas, com exceção do acróstico que é uma décima.
A narrativa sobre Jararaca começa com o fato mais relevante de sua vida: chefe de subgrupo do bando de Lampião na tentativa de invasão à cidade norte-rio-grandense. Nesse intento, foi alvejado, ferido, delatado por um transeunte, preso e assassinado, de acordo com as pesquisas divulgadas pelos estudiosos do tema ao longo desses 87 anos de existência da mal sucedida atuação lampiônica, na terra de Santa Luzia. Na continuação tem ênfase os traços biográficos, sendo as principais nuances: inquieto, jovem, militar, assassino, cangaceiro e assassinado. No final surge um fenômeno da metafísica, tipicamente da religiosidade popular nordestina e não reconhecido pela igreja Católica Apostólica Romana, ou seja, a crença popular de ser milagreiro e no dia de finados, o seu túmulo é um dos mais visitados do cemitério São Sebastião, em Mossoró-RN.
Nando Poeta, com sabedoria, não segue a ordem cronológica da vida do bandoleiro e sim, dos acontecimentos marcantes de sua existência, pela gradação: atuação e fim, traços biográficos e a manifestação da crença popular de milagreiro. O início e o fim da narrativa têm como cenário a terra mossoroense e potiguar e da epopeia cangaceira, que, também é do povo do sertão e da caatinga.

Carlos Alberto da Silva
Natal-RN, 07 de abril de 2014

SERVIÇOS:
ISBN 978-85-7410-207-8
Tamanho: 13,5x18
Vendas pelo e-mail: vendas@editoraluzeiro.com.br
Valor: R$ 5,00


terça-feira, 9 de setembro de 2014

AS MULHERES NO CANGAÇO


 Este é mais um título que publico em parceria com Nando Poeta, que vem pesquisando a fundo a questão do cangaço no Brasil. Abaixo segue a apresentação da nossa querida Josenir Lacerda, a quem agradecemos pela gentileza do texto.

APRESENTAÇÃO

Quando se fala em “Cangaço” vem logo à mente, um letreiro luminoso indicando um ambiente de inúmeras portas, onde cada uma conduz a uma atraente imagem sobre o mesmo tema. Tema este, já explorado nas mais diversas e abalizadas linguagens: livros, cordéis, teatro e cinema dando margem até para se imaginar não haver mais aspectos inéditos. Mas eis que surge alguém que com olhar de lince, vislumbra escondido no emaranhado histórico, algo inusitado. Foi o que aconteceu com dois magos do versejo, que com a lupa da inspiração, ampliaram o achado e o transformaram num grande cordel. São eles: Varneci Nascimento e Nando Poeta.
Se bem que “Mulheres no Cangaço”, é mais que um cordel, é sobretudo uma análise crítica e social da presença da mulher no universo cangaceiro e as significativas mudanças ocorridas em função desse ingresso. Ao longo da preciosa leitura, cuidadosamente construída seguindo as exigentes normas do cordel, percebemos não só a beleza criativa, mas o conteúdo didático e informativo. Percebemos a mulher com a sua força transformadora tendo como principais armas a intuição, a sensibilidade e outros tantos naturais e convincentes predicados femininos. Mulheres que conseguiram dobrar uma resistência radical e machista, quebraram paradigmas, influenciaram nas decisões, atestando inclusive o seu apurado senso de justiça. Interferiram também no ambiente, no cotidiano, quando os mesmos se encheram de cores, brilhos e tantos outros aparatos produzidos para alimentar e suprir a vaidade feminina. Por mais absurdo que possa parecer, o universo sempre pautado na violência, nos sentimentos de crueldade e revolta, recebeu significativa dose de ternura, profetizando que o cangaço nunca mais seria o mesmo.
Gratos devemos ser a esses poetas, que nos conduziram e mostraram fatos que alimentam a reflexão e abastecem o nosso estoque de conhecimentos acerca do cangaço com as suas inusitadas nuances. E para ilustrar a beleza e objetividade do texto, basta citar uma das estrofes e com ela instigar o leitor a mergulhar nesse açude poético, de águas profundas e envolventes:

A figura feminina,
Imprimiu marcante traço.
O seu argumento claro
Derrubou o do balaço
Reinou livre e soberana
No reinado do cangaço.

Josenir Lacerda
Academia dos Cordelistas do Crato-CE - ACC
Academia Brasileira de Literatura de Cordel - ABLC
Abril de 2014

SERVIÇOS:
ISBN 978-85-7410-205-4
Tamanho: 13,5x18
Vendas pelo e-mail: vendas@editoraluzeiro.com.br
Valor: R$ 5,00


quarta-feira, 3 de setembro de 2014

SEMEANDO CORDEL E ESPALHANDO POESIA

Muitas pessoas que não tem conhecimento da dimensão do trabalho de um escritor, às vezes têm a indelicadeza de perguntar: você trabalha ou só escreve? Quando escuto tão absurdo sorrio e fico com pena de quem pergunta isso, porque percebo que não é por maldade, mas por desconhecimento do quanto é trabalhoso e ao mesmo tempo interessante juntar letras, formar textos e no meio dele, sempre que possível sutilmente enfeitá-los com poesia. Viver de literatura há treze anos tem sido uma das coisas mais prazerosas da minha vida, pois por onde passo, vejo crianças, jovens e adultos encantados com a arte do cordel e sinto que se confirma, como já disse algumas vezes por aqui, a frase da poetisa Cleusa Santo: “o cordel só tem dois públicos o que o ama e o desconhece”. Vejam algumas fotos das últimas viagens a Lençóis Paulista, Guaxupé e Campinas, além da Escola Dom Duarte aqui em São Paulo. Obrigado a todos que gentilmente nos recebem e apreciam o nosso trabalho.