É difícil falar de um tema complicado como esse sem
certo constrangimento, mas procurei de forma bem humorada, e sem conter um
palavrão, descrever uma doença que tem incomodado milhares de pessoas no mundo
inteiro. Por se instalar em um lugar escondido e precioso para os donos, não se
fala muito nela, porém pesquisas, ainda que restritas, mostram que a hemorróida
castiga pelo estrago que faz. É complicada porque todos têm vergonha de falar
abertamente, portanto quando vir alguém sentando meio de lado, caminhando com
as pernas juntinhas, evitando comer certas coisas e comendo mamão demais pode
ser que tenha uma moradora implicando a saída natural do organismo e o nome
dela é hemorróida. Não se assuste, tem tratamento, e melhor passar pelo
aperreio da recuperação da cirurgia do que viver sofrendo com seu incômodo
constante. A capa deste cordel é do competente ilustrador Walfredo de Brito. Apreciemos
algumas estrofes que Maxuel explica melhor sobre o mal que lhe aflingiu por
muito tempo:
Primeiro, me apresento:
Meu nome é Maxuel.
Agora, conto a história
De uma doença cruel
Que queima, chamusca e arde
Na porta do carretel.
É delicado, sensível
Por isso tal bolinagem.
No bocal da tarraqueta
Comete uma sacanagem,
Ao sequestrar do parreco
O espaço da garagem.
É quieta, brava e rasteira,
Igual a toda doença.
Parece que são varizes,
Deixando a beiçada imensa,
Porque no anel de couro
Ela causa a diferença.
Senti lá, na travessia,
Aquela coisa ferina
Como linha de anzol,
A dor era forte e fina
Na hora de liberar
O que o corpo determina.
Se instala no precioso,
Na boquinha
da caverna.
De duas maneiras clássicas:
Uma pode ser “interna”,
A outra, mais condenada,
Do lado de fora, “externa”.
Não pede licença e vai
Ocupando a redondeza.
Senta praça no foquito
E vai com toda a destreza
Apertando a sua rosca
Igualmente à chave inglesa.
Deixa o rego diferente
Pelo estrago que ela faz.
Só você sabe onde está,
A sanguessuga
voraz.
Doença assim como essa
Tem parte com satanás.
(...)
Me ensinaram a simpatia
E eu segui a tramoia:
— Pegue pó de ouro e jogue
Onde a danada se apoia.
Senão curar, pelo menos
Seu anel
fica uma joia!
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