quarta-feira, 18 de abril de 2012

A PRISÃO DE OLIVEIROS E SEUS COMPANHEIROS




APRESENTAÇÃO

Durante muitos anos, o leitor habituou-se a ver este poema como prolongamento de A batalha de Oliveiros com Ferrabrás, ambos de autoria do mesmo autor. Observou, também, atento que é, uma mudança, que acreditamos ser para melhor, na qualidade dos nossos livros. Consideramos esse avanço importante para a história do cordel, da Luzeiro e de seus autores, visto que, uma nova roupagem, dá um novo dinamismo às edições. E uma apresentação gráfica mais rebuscada deve ser uma marca no cordel que atraia e conquiste admiradores.
Pensando no melhor para todos, resolvemos publicar a presente história separadamente, gerando um novo livro com letras maiores, facilitando a leitura e possibilitando que mais pessoas conheçam a obra de Leandro Gomes de Barros, sem contar que uma segunda história inserida numa publicação, dificilmente ganha a mesma notoriedade da primeira.
Embora A Prisão de Oliveiros e seus companheiros seja uma sequência de A batalha de Oliveiros com Ferrabrás, aquela sempre teve trajetória autônoma na história do cordel, ocupando um lugar de destaque merecido, dada a sua qualidade poética e rímica, traços tão presentes na obra de Leandro, o criador do cordel.
Como é do conhecimento de todos a modalidade preponderante no gênero é a sextilha e, em segundo lugar, a septilha. Nesta obra Leandro avança, inova e surpreende por fazer uma narrativa longa em estrofes de dez versos com sete sílabas. Descreve Oliveiros como um cavaleiro sem precedentes:

Oliveiros, aquele braço,
Não se curvava em perigo
E nunca achou inimigo
Que lhe fizesse embaraço —
Aquele punho de aço,
Mão que sempre foi temida,
Para a guerra escolhida
E por Deus abençoada —
Nunca desceu a espada
Que não tirasse uma vida!

Oliveiros venceu Ferrabrás e, sozinho, conseguiu matar três mil homens dos dez mil que vieram enfrentá-lo. Mas essa façanha não impediu que ele fosse preso pelos turcos e levado à presença do almirante Balão que, aconselhado por Burlante, o transforma em moeda de troca para ter o seu filho de volta. Oliveiros reconhece a grandeza de Ferrabrás e diz que era melhor ter morrido em suas mãos do que ter se tornado prisioneiro de Balão, o seu pai. O desfecho dessa história é surpreendente. Boa leitura.

Varneci Nascimento
São Paulo – 2012

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