APRESENTAÇÃO
Durante muitos anos,
o leitor habituou-se a ver este poema como prolongamento de A batalha de
Oliveiros com Ferrabrás, ambos de autoria do mesmo autor. Observou, também,
atento que é, uma mudança, que acreditamos ser para melhor, na qualidade dos
nossos livros. Consideramos esse avanço importante para a história do cordel,
da Luzeiro e de seus autores, visto que, uma nova roupagem, dá um novo
dinamismo às edições. E uma apresentação gráfica mais rebuscada deve ser uma
marca no cordel que atraia e conquiste admiradores.
Pensando no melhor
para todos, resolvemos publicar a presente história separadamente, gerando um
novo livro com letras maiores, facilitando a leitura e possibilitando que mais
pessoas conheçam a obra de Leandro Gomes de Barros, sem contar que uma segunda
história inserida numa publicação, dificilmente ganha a mesma notoriedade da
primeira.
Embora A Prisão
de Oliveiros e seus companheiros seja uma sequência de A batalha de
Oliveiros com Ferrabrás, aquela sempre teve trajetória autônoma na história
do cordel, ocupando um lugar de destaque merecido, dada a sua qualidade poética
e rímica, traços tão presentes na obra de Leandro, o criador do cordel.
Como é do
conhecimento de todos a modalidade preponderante no gênero é a sextilha e, em
segundo lugar, a septilha. Nesta obra Leandro avança, inova e surpreende por
fazer uma narrativa longa em estrofes de dez versos com sete sílabas. Descreve
Oliveiros como um cavaleiro sem precedentes:
Oliveiros, aquele braço,
Não se curvava em perigo
E nunca achou inimigo
Que lhe fizesse embaraço —
Aquele punho de aço,
Mão que sempre foi temida,
Para a guerra escolhida
E por Deus abençoada —
Nunca desceu a espada
Que não
tirasse uma vida!
Oliveiros
venceu Ferrabrás e, sozinho, conseguiu matar três mil homens dos dez mil que
vieram enfrentá-lo. Mas essa façanha não impediu que ele fosse preso pelos
turcos e levado à presença do almirante Balão que, aconselhado por Burlante, o
transforma em moeda de troca para ter o seu filho de volta. Oliveiros reconhece
a grandeza de Ferrabrás e diz que era melhor ter morrido em suas mãos do que
ter se tornado prisioneiro de Balão, o seu pai. O desfecho dessa história é
surpreendente. Boa leitura.
Varneci Nascimento
São Paulo – 2012
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