Vivendo há treze anos como escritor, no último dia 27/10/14 passei por um dos momentos mais singulares até agora, ao fazer a abertura da 18ª Jornada de Letras da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos), no interior de São Paulo. Agradeço mais uma vez ao aluno João Gabriel que me indicou e aos professores Joyce e Antón e a toda comissão que acolheram a indicação e tornou esse momento realidade. Já pude ver que a minha presença seria maravilhosa pelo tratamento que recebi desde as negociações da minha ida até meu retorno a capital, sempre tratado com muita gentileza por todos. Encontrei alunos ávidos por conhecerem o cordel e o encantamento aconteceu assim que expus o que é de fato essa literatura. Conheci a turma paulista mais nordestina que já vi, porque diferentemente de uma pequena minoria, além de votar em quem merecia de fato, são alunos verdadeiramente apaixonados por toda a cultura produzida no Nordeste, e reconhece que somos uma nação e não um país dividido, distanciando enormemente de uns poucos que infelizmente não aprenderam respeitar a vontade da maioria, que decide numa democracia. Agradeço aqueles que pacientemente esperaram para terem seus livros autografados, pois fiquei cerca de uma hora assinando os exemplares de vários cordéis e entre eles o destaque foi Memórias Póstumas de Brás Cubas em cordel, tema da palestra de abertura.
A 18ª Jornada de Letras ficará para sempre guardada em minha memória e espero poder voltar a São Carlos em outras oportunidades, para continuar semeando a arte do cordel ou quem sabe colher os frutos, visto que o primeiro punhado foi lançado nessa jornada. Meu profundo agradecimento aos alunos que após o evento vieram me cumprimentar, ofertar um abraço, elogiar, parabenizar, fico feliz demais com tamanha gentileza, mas sei que isso acontece porque é impossível ouvir falar de cordel e não se encantar com esta literatura. Um abraço afetuoso aos professores e alunos que me conduziram ao restaurante onde ficamos conversando até as duas da madrugada.
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