AUTOBIOGRAFIA DE LUIZ WILSON

 

A tendência natural do ser humano é valorizar aquilo que está longe. As vezes silenciar, fingir não ver, em alguns casos até boicotar os próximos da gente. Isto acontece em todas as profissões, mas no meio artístico, literário o apagamento do outro é ainda mais acentuado. Quanto mais longe e inalcançável melhor para se valorizar, querer chegar perto, bem como atribuir valores as vezes inexistentes na dita “personalidade”.

Sou grato a Deus por perceber e poder enxergar meus amigos de caminhada, que conheci dando os primeiros passos na carreira, porém gradativamente foram dando seus passos, dia após dia, lutando, tendo momentos de desânimo, as vezes querendo desistir, entre outros percalços enfrentados numa carreira artística.

@luizwilsonforrozeiropoeta se jogou no meio musical e da comunicação, um batalhador cheio de garra, enfrentou obstáculos, mas obstinado que é, seguiu em frente dando passos significativos, sempre com alto astral como ele mesmo gosta de dizer e assim já é um sucesso no rádio paulistano e no meio do forró brasileiro.

Há um ano publicou sua autobiografia MINHA TERRA, MINHA GENTE, MINHA VIDA, contando como foi construir essa carreira, chegar a São Paulo, primeiro se embrenhar pelo comércio, gravar o primeiro vinil, usar o dom poético para fazer propaganda e ser o diferencial, escrever cordel, lançar o primeiro CD, abrir um espaço no rádio, publicar livro e por fim se consolidar como forrozeiro, poeta e comunicador. No livro de Luiz Wilson, me emocionei, me identifiquei, aprendi, refleti e vi como é possível construir uma carreira de sucesso com dignidade, amor à arte, respeito aos fãs, sem boicotar amigos, ao contrário, inclui-los, e sem vender a alma para o diabo. Parabéns meu amigo, pela sua história. Quem ainda não conhece este livro, adquira o seu e dê de presente aos amigos e amigas, porque vale a pena se inspirar em quem brilha. Aprenda a admirar quem está perto de você. Prestigie seus amigos e amigas, aplauda-os. Alegre-se com e por eles.

 

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PRESENÇA DAS MULHERES NO CORDEL

  Em cada viagem literária que faço, as descobertas vão se ampliando. Dessa vez conheci novas poetas atuando no mundo cordeliano no Rio Grande do Norte. É sempre um alento vermos este gênero literário ganhando novas cores e contornos sob a batuta das mulheres que abraçam o cordel como um ato poético e político, seja como ferramenta educacional, seja apenas pelo prazer e deleite de contar suas histórias e compartilhar aquilo que trazem guardados em seus corações e almas.

Por ocasião do oitavo Círculo Natalense do Cordel, estreitei o contato duas mulheres, ambas professoras, mas que atuam escrevendo cordel e fazem dele a ferramenta didática e lúdica. Foi uma alegria ser presenteado com as obras da @poetisadorinharocha123 que escreveu Os irmãos João e Maria, do sertão do Seridó; Um ser sertão e de @goretemacedo autora de Emmanuel Bezerra: estudante exemplo de luta pela democracia, entre outros folhetos.

As mulheres perspicazes como ninguém, estão sempre nos oferecendo coisas novas, abrindo caminhos e construindo pontes para que sigamos amando e percebendo a riqueza do cordel. Nada escapa dos seus olhares, Dorinha fala da riqueza do ser sertanejo e Gorete, denuncia através do seu poema, os desmandos e assassinatos provocados pelo regime militar, assassino de tantas pessoas durante mais de duas décadas da nossa famigerada história. Lamentavelmente mais de três décadas depois, a anistia para criminosos do passado e do presente continua rondando nossas vidas. O Brasil tem tradição golpista, e flerte constante com o fascismo, continua produzindo episódios lamentáveis, contudo nada disso escapa da faina poética destas mulheres que colocam o dom a serviço do lúdico e da luta por direitos iguais para todos. Obrigado Dorinha e Gorete por sua contribuição singular a literatura brasileira.

 

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FESTA DO LIVRO

Estamos no fim do ano e as confraternizações se espalham de canto a canto do Brasil, são as comemorações, os agradecimentos pelas lutas e conquistas que pessoas ou empresas conquistaram ao logo destes dose meses, pois as caminhadas são cheias de particularidades ao ponto de só quem viveu, é quem sabe medir o que passou para fazer ou não fazer as coisas.

No mundo do livro, considero a luta mais árdua, não desmerecendo a luta de ninguém, porém é mais fácil vender um quilo de arroz do que um livro. O arroz resolve uma necessidade imediata e o livro vai ajudar a perceber o porquê, sendo o Brasil um grande produtor de alimento, grande parte de nossa população ainda tem dificuldade para comprar o arroz. É simples assim e com razão, afinal senão se alimentar, como poderá ter força para ler um livro? O livro vai alimentar o espírito e o arroz o físico. O ideal era se ter as condições para comprar os dois.

Amanhã 07/12 participarei de dois eventos voltados para a seara dos livros. Primeiro irei para o lançamento de GRANDES FAVELAS E SUAS BRECHAS DENTRE BECOS E VIELAS, de meu amigo @adenildolima escritor e professor alagoano, que se embrenha pela Pauliceia Desvairada para fazer poesia em meio a dor de tantos seres humanos, violentados a cada dia por um estado opressor e fascista que tem se tornado. Somente a escrita para promover a catarse de absurdas acontecidos nesta megalópole. Encerrarei o dia no Festival de literatura e arte da @editoranovaalexandria onde tenho dois livros publicados, na celebração da sobrevivência como uma empresa que semeia esperança nos livros que lançados.

Em eventos assim, nos alimentamos para enfrentarmos as batalhas que 2025 nos prepara. Espero vê-los por lá.

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NOVOS POETAS DE CORDEL

Viajar é sempre bom, e quando é em nome da poesia, ainda melhor, porque abrimos a possibilidade do aprendizado a respeito do fazer poético do outro. Já fui a Natal diversas vezes, de onde trago boas lembranças, porque fiz amigos, conheci poetas da capital e do interior, ainda falta conhecer pessoalmente alguns, que infelizmente não puderam desta vez, mas em breve isto deverá acontecer.

Neste oitavo Círculo Natalense do cordel conheci os poetas @helioalexandre e @theonetto_poeta dois jovens promissores no mundo da poesia, ambos exercem outras profissões, porém mantém o pé enfincado no pé do verso, na melodia e na rima. Poetas atenciosos, cada um a sua maneira, busca se esmerar para dominarem o fazer poético, porque ambos possuem a consciência do quanto é importante estudar, pesquisar, ler os clássicos do cordel brasileiro para imitar direitinho quem veio antes de nós. Inventores do cordel não poderemos ser, Leandro já o fez, porém poderemos nos tornar excelentes fazedores de poesia, porque já temos o modelo.

É bom saber que o cordel continua produzindo discípulos de Leandro Gomes de Barros, nossa maior referência. Ler os textos destas duas autarquias me animou muito, porque percebi que não são aventureiros a semelhança de tantos que se colocam como salvadores do cordel, ao contrário, conservam a postura de pessoas maduras reconhecendo-se como aprendizes do verso que produzem. Busque-os nas redes sociais e leia deles A fúria dos versos na lente dos sóbrios, de Hélio Alexandre e Sonhos reais de Theo Netto. Viva os cordelistas.

 

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