quinta-feira, 18 de dezembro de 2025

O PRIMEIRO CORDEL PUBLICADO NA LUZEIRO

 


Conheci o cordel lendo os folhetos da Editora Luzeiro, feitos com capa colorida, tamanho 18 por 13,5 cm, diferente daquele menor, em sua maioria sempre preto e branco. Papai comprava-os na feira de Ribeira de Pombal, na Bahia, deste modo esta literatura povoou meu imaginário. O fato dele escrever me inspirou a compor os primeiros versos ao seu lado, depois encontrar o caminho sozinho, tendo em vista que parti de casa, fiquei sem o companheiro de escrita, daí tive de me virar sozinho. Em 2001 lancei a primeira obra, trilhei por veredas, enfrentei espinhos, até as portas da Luzeiro se abrirem para mim, em 2006. Nesta época já tinha vendidos cerca de 20 mil exemplares.

A importância dessa casa publicadora era grande ao ponto de os poetas entenderem como grande, qualquer autor publicado por ela. Considerei uma conquista enorme ter O MASSACRE DE CANUDOS lançado pela mais respeitável editora de cordel do Brasil. Tive a notícia de que o cordel seria publicado através de Marco Haurélio, ainda no último ano de faculdade. A impressão foi feita em 2007, e eu já residia aqui em São Paulo. Lego fui conhecer o editor Gregório Nicoló, e daí por diante nossa amizade cresceu ainda mais.

Ao pegar o folheto em mãos foi uma emoção indescritível, finalmente era publicado por uma editora que não precisei gastar nada, recebi o direito autoral, a chamada conga. Como era praxe no meio cordelístico, vendi a obra para esta casa publicadora. Canudos sempre foi um assunto relevante, daí foi parar nãos páginas da Caros Amigos através do jornalista Nicodemus Pessoa. O folheto deu tão certo, que depois Gregório resolveu lançá-lo no formato de livro, provando a pujança que a poesia cordeliana vinha ganhando nos anos 2010. Canudos continua ainda desconhecido para muitos e precisamos de novos olhares sobre esta página da história brasileira.

 

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terça-feira, 16 de dezembro de 2025

CORDEL SOBRE CORNO

 



Desde o começo da minha história com a escrita, publiquei títulos cômicos, procurando provocar risos. Desde o princípio o ofício se tornou a fonte de renda, o cordel de gracejo vende mais fácil e até instiga a venda dos demais. É feito político que tem muito voto e consegue eleger vários candidatos. Escrevi UM CORNO PARA CADA DIA DO MÊS, INICIAÇÃO SEXUAL NA ZONA RURAL, MULHER ENCALHADA, entre outros.

Nos anos 2010 me tornei, no meio cordelístico, “o poeta engraçado”, ao lançar Os 10 mandamentos do preguiçoso, Pergunta idiota, tolerância zero, e mais um bocado de cordéis humorísticos. Como estava ficando marcado pela veia cômica, vi as outras produções serem deixadas de lado pelos leitores e leitoras, que só queriam olhar para os engraçados. Neste ínterim, comecei a frear essa produção, para abordar temáticas sociais a fim de tornar o todo poético mais abrangente, em minha singela obra.

O cordel dos cornos, entretanto continuava fazendo sucesso, vendi mais de cinco mil exemplares e quando o jornalista da Caros Amigos, Nicodemus Pessoa conheceu o folheto, estampou em seu artigo, a capa falando dele e de um cordel sobre seu Lunga, personagem de sucesso nos cordéis engraçados, este de autoria do saudoso Arievaldo Viana. Dos 106 títulos publicados, entre livros e folhetos, quase 30 são humorísticos, um número razoável, os demais versam sobre inclusão, romance, história, bíblia, preconceito, feminicídio, enfim busco me antenar com os assuntos de interesse pela sociedade.

A escrita é um processo e naturalmente vamos amadurecendo e lapidando, em busca das pérolas, ainda que seja difícil encontrá-las. Não me envergonho de nada do que escrevi, mas não posso fazer de conta que não progredi e quem percebe isto numa profissão vai procurar cada vez mais se esmerar pela qualidade.

 

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segunda-feira, 15 de dezembro de 2025

A INCERTEZA DE VIVER DE LITERATURA

 



Já contei em outras postagens que quando saí de casa nem imaginava trilhar pelo caminho da escrita, tampouco me transformaria em escritor, muito menos que seria o meu ganha pão. Mas como diz Aderaldo Luciano que “o cordel é quem escolhe”, deste modo fui fisgado por este gênero literário em 1998 ao escrever o primeiro e ao publicá-lo em 2001 nunca mais me libertei desta aventura fascinante.

Ser poeta tem um mistério desafiador, pois sabemos que grandes autores brasileiros para sobreviver tinham outro emprego, entretanto ousei viver apenas da bondade da poesia que me foi apontando caminhos para serem trilhados. Sempre contei com pessoas que me apoiaram nos momentos decisivos ou de dúvidas, afinal ninguém chega em lugar nenhum sozinho, pois acompanhado é mais divertido bem como a estrada se torna mais curta. Se a poesia vive escondida, encontrá-la é viver futucando as palavras, achando o que ninguém achou, é como disse alguém “tirar de onde não tinha e colocar onde não cabe”.

Há vinte e quatro anos vivo neste limiar, e quando tudo parece escurecer, uma chispa vem ao meu encontro para se abrir uma larga estrada pela frente. Nas oportunidades que me aparecem procuro incentivar a quem está se achegando no mundo literário, afinal o neopoeta limitado de hoje, pode se revelar um gênio amanhã. É prudente respeitar quem está começando, porque o incauto de agora, futuramente pode se tornar uma sumidade. Viva seu sonho, não deixe ninguém lhe tirar este direito.

 

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domingo, 14 de dezembro de 2025

NASCIMENTO DE MAIS UM LIVRO

 












Ontem foi dia de celebrar o nascimento de uma nova obra, trazida a lume pelo Josué Gonçalves de Araújo, que há tempos viaja pelo mundo literário, através das palavras e dos livros. Publicou seu primeiro cordel pela editora Luzeiro, intitulado O coronel avarento e, há mais de 15 anos vem construindo uma carreira no meio da poesia. Arrojado e criativo, criou sua própria editora chamada Areia Dourada e além das obras dele, abriu as portas para acolher outros autores.

Transcendeu a escrita do cordel, e publicou por sua editora A Jornada do cão cara-de-mel que “vaga pelas ruas de São Paulo em busca de respostas sobre seu passado, carregando apenas fragmentos de memória de uma vida em que era chamado de Melinho por crianças que o amavam.” Uma aventura que recomendo a leitura, porque através da literatura viajamos sem sairmos de casa.

A convite de Cleusa Santo, o lançamento aconteceu dentro do XXV Encontro de Contadores de história do Poder do Conto, evento promovido e organizado por essa poeta extraordinária, que semeia arte por onde passa. Ontem este grupo encenou Morte e vida Severina, de João Cabral de Melo Neto. O trabalho desenvolvido com a terceira idade é a possibilidade de manter essas pessoas em plena atividade e produzindo para depois compartilhar arte.

 

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sexta-feira, 12 de dezembro de 2025

FUI TEMA DE ARTIGOS NA REVISTA CAROS AMIGOS

 




 

De abril de 1997 a dezembro de 2017, circulou em São Paulo e em todo Brasil, a revista Caros Amigos. Construiu uma história de sucesso, mas deixou de circular em formato impresso para se tornar digital. Criada por um grupo de jornalistas, publicitários, escritores e intelectuais, com o objetivo de ser um veículo de esquerda focado em política, cultura e questões sociais, liderado por Sérgio de Souza, em pouco tempo se tornou conhecida por seu jornalismo alternativo, focando em pautas progressistas.

Tive a felicidade de ver meus cordéis serem temas dos artigos do jornalista paraibano Nicodemus Pessoa, que escrevia mensalmente neste periódico. Conheci-o por intermédio de meu conterrâneo Adávio, dono de um bar em Pinheiros, onde o colunista passava as manhãs lendo os jornais e bebericando umas doses. Como falava de cordel em seus artigos, Adávio lhe falou de minha existência, pois acabara de chegar na Pauliceia naquele ano de 2007, para viver exclusivamente de literatura. Pediu que me convidasse para ir ao bar a fim de nos conhecermos e houve aquela empatia natural, porque eu acabara de voltar da Paraíba onde cursei história na universidade daquele estado.

Desta data em diante, saíram três artigos na conceituada revista falando sobre meu trabalho. Para quem buscava espaço na cidade grande, no meio literário, era uma oportunidade gigantesca, divulgação de peso em todo território nacional porque a Revista se tornara uma referência na abordagem das causas progressistas. Sempre procurei escrever cordel que tratasse de temáticas capazes de provocar debates e que nos ajudasse a progredir como sociedade. Deste modo, nestas poucas linhas, agradeço a Adávio que construiu essa ponte com o seu Nicodemus que já partiu para eternidade, porém lhe serei grato por ter feito minha obra chegar em lugares, que sem a ajuda da Caros Amigos, talvez não chegasse. Nesta postagem relembro o que ele escreveu sobre meu cordel CANGAÇO UM MOVIMENTO SOCIAL, escolhido entre os dez melhores cordéis promovidos pelo Metrô de São Paulo.

Aqui, fica evidente, que somos seres destinados a convivência e a partilha daquilo que somos e fazemos.

Esta capa é de uma das edições para refrescar as memórias saudosas.

 

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quinta-feira, 11 de dezembro de 2025

MEU TRABALHO LITERÁRIO SENDO ESTUDADO...

 





Hoje pela manhã concedi entrevista para a tese de doutoramento de Mário Cabral de Almeida, que aborda a presença do cordel e da xilogravura em São Paulo. Agradeço ao mestre pela oportunidade de ver parte de meu trabalho, mais uma vez sendo levado a universidade através dos estudos, pois só por meio dele, elucidamos dúvidas, superamos preconceitos e conquistamos novos admiradores para essa poesia Brasileira e seus produtores, espelhados nesta Pauliceia Desvairada.

O palco escolhido para a produção desta entrevista foi a @bibliotecabelmonte espaço que nos acolhe há muito tempo, em Santo Amaro, reduto de migrantes que deixaram o Nordeste e vieram tentar a vida distante do seu chão natalício. Agradecemos a gentileza de jomar.j.santos coordenador deste templo do saber por nos abrir as portas para acolher essa produção de saber, pois a partir de um doutoramento, as letras vivas do cordel brasileiro poderão chegar ainda mais longe.

Centenas de estudantes já transformaram a minha obra em tema de estudo para seus trabalhos acadêmicos. Sou grato, porque quando essa produção entra nestas pesquisas, minha produção de mais de duas décadas, também se consolida como pela contribuição para o crescimento da cultura em nossa sociedade. Há dezoito anos habitando em São Paulo, e ocupando espaços com a literatura, sentimos que o cordel se torna cada vez mais uma potência que se faz respeitar por sua grandeza, através do conhecimento que é repassado ao longo dos anos de trabalho. O Cordel segue autêntico e conquistando os espaços que ainda o desconhecem.

 

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terça-feira, 9 de dezembro de 2025

NUNCA FOI PENDURADO...

 





Bem diz o ditado de “que uma mentira repetida, se torna verdade.” Foi exatamente isto que aconteceu com o cordel, espalharam que era vendido expostos em varais e presos pelos prendedores de roupa. Todos engolem isto sem ao menos se perguntar, se realmente eram negociados assim nas feiras do Nordeste?

É necessário colocar as coisas no devido lugar. O cordel sempre colocado em bancas, mesas e, em muitos casos, em lonas no chão. Na Bahia, meu pai comprava os folhetos numa barraca de feira, como os demais produtos, comuns nestes locais. Em Paulo Afonso, onde morei por cinco anos, adquiria os cordéis da Luzeiro colocados numa bancada.

De Paulo Afonso fui morar na Paraíba e lá eram vendidos em bancadas, em cima de mesas, nunca pendurados. Essa invenção de cordel pendurado vem na mesma esteira de coisas de que o cordel é europeu, negando a paternidade de Leandro Gomes de Barros. Felizmente as coisas evoluem e hoje encontramos em variados espaços, como livrarias, sites, lojas virtuais e redes sociais.

Depois de consolidados os mitos demoram a ser desfeitos, mas em nome da verdade é preciso ter coragem e enfrentar as distorções. Por outro lado, o importante é saber da sua grandeza literária. É importante construir a casa do cordel em bases sólidas para que nenhuma tempestade possa derribá-la.

 

@evandro.foto caprichou nos retratos. Obrigado autarquia.

 

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