sexta-feira, 2 de março de 2012

HISTÓRIA SERTANEJA DO VALENTE ZÉ GARCIA



João Melchíades Ferreira da Silva

Nota. Este cordel de João Melchíades Ferreira da Silva foi muito deturpado ao longo da história e agora ganhou uma nova roupagem na reedição feita pela editora Luzeiro. Tivemos o cuidado de pegar uma das edições mais antigas para chegarmos o mais próximo possível do original. Abaixo segue a apresentação:

No início do cordel brasileiro, houve pouca preocupação com a questão autoral, por isso, é comum encontrar pessoas se apoderando da obra de outrem, como a velha conhecida história do Pavão Misterioso para citar aqui o caso mais famoso que envolve este autor.
O leitor da Luzeiro, atento que é, deve ter notado uma significativa mudança na roupagem do nosso material impresso nos últimos anos, pois cordel é literatura e como tal, merece um tratamento digno pela grandeza e beleza que possui.
A presente obra foi muito deturpada ao longo dos anos, e sem querer buscar culpados, mas tratar a história do cordel com zelo, fomos atrás de edições mais antigas onde descobrimos que até seu nome foi alterado de História sertaneja do valente Zé Garcia para História do valente sertanejo Zé Garcia. Assim, o personagem que é do Seridó passou a ser sertanejo, sendo que, quem é sertaneja é a história.
O título original tem um ritmo cadenciado próprio do cordel, o que não acontece na segunda nomeação, todavia isso não é o mais grave, o pior é a falta de respeito à memória do seu autor João Melchíades Ferreira da Silva.
No texto procuramos chegar o mais perto possível do original, pois a edição anterior estava eivada de equívocos, que um autor desse quilate dificilmente cometeria.
Uma das pioneiras na publicação do cordel, a Luzeiro tem o dever cultural de ficar atenta para que essa literatura seja cada vez mais respeitada e valorizada e a memória dos autores respeitada.
Neste clássico veremos o jovem José Garcia, vítima de calúnia, pela qual seu pai manda-o para a casa de um amigo a fim de livrá-lo da fúria do cangaceiro Militão que vai ao tenente João Garcia alegando que José teria mexido em sua filha. Como não devia nada, o rapaz só aceita viajar por obediência ao pai e não por medo de briga e acusações levianas.
Na casa do capitão Feitosa, Zé Garcia mostra que de fato é um homem destemido, pois além de excelente vaqueiro, o único capaz de enfrentar o touro “Saia Branca” temido por todos da região, se engraça por Primarosa, filha do coronel Cincinato, moça que ele carrega com a ajuda da filha de Feitosa para quem arruma um irmão seu para se casar com ela.
Eis, portanto um enredo cheio de tramas e confusões. Será que o amor triunfará? Vale a pena descobrir lendo mais essa fascinante história.

Varneci Nascimento
São Paulo, 2011.

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